Eleito com apenas 8 votos, novo prefeito afirma que Coari foi deixado com dívida de R$ 36 milhões, por adversários

Em constante caos político institucional e há menos de dois anos para o fim dos mandatos dos atuais prefeitos eleitos no último pleito municipal, o município de Coari, no Interior do Amazonas, já se prepara para uma eleição suplementar para a prefeitura. Nesta sexta-feira (26), em entrevista à Tiradentes News, o presidente da Câmara Municipal e prefeito em exercício, vereador Iran Medeiros, que é empresário bem sucedido em Coari, explicou como chegou ao cargo, eleito por apenas oito votos.

“O Adail foi eleito em 2012 dia oito de fevereiro do ano passado foi preso, perdeu o mandado no final do ano passado e, logo em seguida o Igson renunciou. O irmão do Igson, vereador Bart, ganhou a eleição para a Câmara Municipal, e, na renúncia do irmão, como presidente da Câmara, ele passou a ser prefeito. Como foi uma eleição feita erradamente, nós entramos com um recurso, houve uma outra eleição e eu ganhei. Tenho consciência que não fui eleito pelo povo, mas pela decisão da Justiça, como os outros foram cassados, o presidente da Câmara assume a automaticamente a prefeitura.”

Iran Medeiros ainda não decidiu se concorre ao cargo, na próxima eleição. “Eu faço parte de um grupo político. Nos estamos avaliando toda a situação e, vamos esperar as coisas acontecerem e avaliar tudo com muita tranquilidade!”

O prefeito denunciou o caos financeiro no município e revelou que os últimos administradores de Coari deixaram uma dívida de R$ 35 milhões e denunciou o caos administrativo, que não permitia nem mesmo o pagamento do funcionalismo, em Coari. “Desde quando o Adail foi preso, a folha de pagamento do município sempre é paga depois do fim do mês, lá pelo dia 20 do mês seguinte, quando entram os recursos. Essa prática foi acontecendo mês a mês. Quando eu assumi, a folha do mês de fevereiro terminou dia 18. Com uma receita de R$ 19 milhões e uma folha de R$ 9 milhões, é inadmissível o prefeito não pagar, sobrando R$ 10 milhões. Eu me perguntei por que aquele pessoal estava pagando a folha de um mês para o outro? Eu procurei entender: porque ia entrando dinheiro e pessoal ia gastando e povo fica ‘chupando o dedo’.”

O refeito disse, ainda, que por conta da inadimplência, estava difícil administrar a cidade. “Ninguém quer mais fornecer mais a merenda escolar; ontem, tive de conversar com o rapaz do Posto, que não quer mais fornecer porque também não recebia; o transporte das áreas de saúde e educação tinham decidido parar; crianças em idade escolar das comunidades do Interior iam ficar sem o transporte das rabetas que levam as crianças para a aula; estavam ameaçando cortar a energia elétrica dos prédios onde funcionam as secretarias. São quase R$ 36 milhões de dívida!”.

O prefeito se comprometeu a fazer o pagamento das dívidas da prefeitura com regularidade. “É um compromisso do meu governo pagar a folha em dia e nenhum fornecedor da prefeitura vai deixar de receber o que nos vendeu!”, afirmou.

A nova eleição em Coari deve ser definida a partir do dia seis de abril, quando o Tribunal de Justiça do Estado (TJ-AM) julga um processo que envolve um ex-candidato a prefeito, que não pode concorrer, depois de ter sido considerado ficha suja, após se envolver no assassinato de um adversário.

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