Incêndios florestais afetam economia e forçam governador e prefeitos a criar plano de combate e prevenção

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As ações de prevenção e combate às queimadas em Manaus e nos municípios afetados pelo fenômeno vão ser reforçadas por entes de governo, no Amazonas. Nesta terça-feira (13), reunidos na sede do Governo do Estado, no bairro Compensa, zona Oeste, o governador José Melo, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, e representantes das prefeituras dos municípios da Região Metropolitana da capital (RMM) apresentaram o plano de ação, que deve contar, ainda, com a participação das Forças Armadas.

As previsões indicam um prolongamento do período de estiagem por mais três meses, uma situação atípica, segundo o Serviço de Meteorologia do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam/Sipam), provocado pelo fenômeno El Niño, que atravessa o período da seca, e deve se estender também na estação chuvosa. Além das Ações Emergenciais de Prevenção e Controle a Queimadas e Incêndios Florestais, anunciadas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), o governador decretou Situação de Emergência em Manaus e mais 11 municípios.

A vigência do Decreto será pelo prazo de 90 dias, com abrangência sobre os municípios de Manaus, Autazes, Caapiranga, Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Manaquiri, Novo Airão, Presidente Figueiredo e Rio Preto da Eva. Com exceção de Caapiranga, todos os municípios alcançados pelo decreto estão na Região Metropolitana de Manaus.

“Agora é hora de juntar forças, porque as queimadas estão provocando desequilíbrio econômico uma vez que estão prejudicando toda a atividade econômica, mas o grave problema é em relação às doenças recorrentes – doenças respiratórias, pulmonares, as rinites que estão lotando os hospitais. Precisamos reduzir os focos de incêndio. É hora de lutarmos todos para que possamos ter, durante esses três meses, uma situação melhor”, afirmou o governador.

De acordo com José Melo, ainda não se sabe o custo exato das ações, mas deve girar em torno de R$ 5 milhões. “Como é uma ação conjunta com os municípios e Prefeitura de Manaus e vou apelar também para a União, quero imaginar que é algo em torno de R$ 5 milhões, sem considerar a estrutura do Estado, que tem um custo que é o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, a Secretaria de Saúde, que teve que aumentar o trabalho em torno das doenças recorrentes. Portanto, se somarmos tudo isso, dá um valor bastante substancial”.

O plano de ação inclui a formação de uma Força Tarefa que já vem atuando desde o início do fenômeno e conta com a participação da Sema, do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam),  Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do Estado e dos Municípios. Entre as estratégias de prevenção estão a Criação do Centro Integrado de Monitoramento Ambiental com a participação desses órgãos, bem como a implantação da Sala de Situação de Controle e Monitoramento Ambiental, ambos funcionando na sede da Sema. O plano inclui, ainda, a formação de brigadistas e uma resposta maior em relação ao combate aos focos de queimadas.

O prefeito de Manaus, Arthur Neto, ressaltou que apesar da cidade não estar entre as que mais contribuem com os as queimadas, a Prefeitura vem fazendo um trabalho forte de prevenção e controle. “Manaus se sente obrigada a entrar nessa luta com a formação de brigadistas. Nosso trabalho, em conjunto com o Corpo de Bombeiros, tem conseguido atender a quase 100% das demandas em relação aos focos de queimadas”, disse Arthur Neto, ao ressaltar que a Prefeitura também vem trabalhando com campanhas educativas.

Dentro do Plano Estratégico, as campanhas deverão ser intensificadas e vão envolver diversas secretarias, entre elas as Secretarias de Educação do Estado (Seduc) e do Município (Semed), bem como a Secretaria de Estado de Comunicação (Secom) com a divulgação de conteúdo informativo e preventivo em relação à queima de lixo doméstico e da vegetação de uma forma geral.

O secretário de Meio Ambiente, Antônio Stroski, apresentou relatório mostrando que houve uma intensificação dos focos de queimadas no Estado entre julho e outubro. Somente entre os dias 1º e 13 de outubro, foram registrados  1.063 ocorrências. Ainda segundo o relatório, dos 15 municípios com maior incidência de queimadas oito estão na Região Metropolitana de Manaus.

 

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