A “Operação Jaleco” foi deflagrada na manhã desta quinta-feira (26). Os três médicos foram presos nos bairros União da Vitória, na zona Leste; Colônia Oliveira Machado, na zona Sul e Maternidade Nazira Daou, na zona Oeste, em cumprimento a mandados de prisão. Entre eles, está um ex-vereador e um ex-candidato a Deputado Federal, na última eleição.
De acordo com o delegado da Seccional Norte, João Neto, que comandou a ação policial, a “Operação Jaleco” teve como principal objetivo, desarticular uma quadrilha que usava o sistema público de saúde do Estado e do Município para cobrar consultas e cirurgias
Entre os envolvidos, está o ex-vereador de Manaus, Denis Almeida dos Santos, de 46 anos, mais conhecido como ‘Doutor Dênis’. Outro médico preso é Armando Andrade Araújo, de 67 anos, que saiu candidato a deputado federal, na última eleição, no ano passado.
Segundo o Delegado João Neto, a polícia levou cerca de um ano investigando os suspeitos, após uma denúncia de uma paciente, que alegou ter que pagar R$ 2,8 mil pelo atendimento, em uma unidade de saúde.
Ainda segundo o Delegado João Neto, os médicos presos também são investigados por abuso sexual e estupro que seriam cometidos, supostamente, dentro das unidades de saúde onde eles atendiam.
O delegado João Neto afirmou, ainda, que outras pessoas podem ser presas por envolvimento na quadrilha dos médicos.
Conforme o Delegado Geral, Orlando Amaral, os três médicos vão responder pelos crimes de corrupção passiva, formação de quadrilha e abuso sexual. Ainda dentro das investigações, a polícia vai ouvir as vítimas da quadrilha, que se interessarem em dar algum depoimento.
O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM) informou que o caso será acompanhado pelo departamento jurídico da entidade. Sendo confirmadas as denúncias, os médicos responderão ao processo administrativo e podem até perder a licença para exercer a função.
A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) informou que adotou providências para a imediata substituição dos profissionais, nos seus locais de trabalho e que aguardará o resultado do inquérito policial (IP) para as medidas que a lei prevê.
A Susam reafirma que a cobrança por qualquer tipo de serviço ou procedimento na rede pública é ilegal e deve ser denunciada.
Ainda dentro das investigações, a polícia vai ouvir as vítimas da quadrilha, que se interessarem em dar algum depoimento.