Operação “Concreto Armado”: justiça acata pedido de liminar e ex-secretária da infraestrutura pode deixar prisão nesta segunda-feira. Ministério público pode recorrer da decisão

A ex-secretária da infraestrutura do governo do Amazonas, Waldívia Alencar, deve deixar a prisão na manhã desta segunda-feira (23/4), cinco dias após ter sido presa temporariamente, no bojo da operação “Concreto Armado”, do Ministério Público estadual (MPE-AM) e Polícia Civil, na ultima quarta-feira (18).

A liminar para soltura de Waldívia Alencar foi concedida pelo juiz da 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazonas, Glen Paulain Machado, que acolheu os argumentos de ausência de requisitos para manutenção da prisão temporária, apresentados pela defesa da ex-secretária, afirma a advogada Carla Luz.

“Nós argumentamos com o juiz exatamente a ausência dos requisitos da prisão temporária. Nosso pedido inicial foi pra que houvesse a soltura imediata e, subsidiariamente, que não houvesse a prorrogação dessa temporária, por falta de requisitos autorizadores e o juiz acatou esse pedido e determinou que ela seja solta no final do prazo da temporária.”

De acordo com o Promotor de Justiça Igor Starling, como a liminar foi concedida na tarde do sábado (21), o MPE-AM ainda não foi notificado da decisão.

“Eu ainda não tive conhecimento dessa decisão formalmente. Estou tendo conhecimento informalmente, e aí, vamos analisar, mas, respeito muito o posicionamento do magistrado e vamos analisar a necessidade. Vamos ser intimados – ainda não fomos – estão, após analisar, vamos decidir.”

Igor Starling não descartou que novas prisões possam acontecer no desenrolar das investigações da operação “Concreto armado”.

“A gente vai analisar. Depois das investigações, a gente está abrindo ainda o material recolhido na busca e apreensão, aí, dependendo do que a gente encontrar, a gene vai decidir se há necessidade de algum requerimento de prisão ou não.”

Waldívia Alencar é acusada de comandar um esquema de lavagem de dinheiro e associação criminosa quando foi secretária. As investigações também revelaram um patrimônio milionário da ex-secretária, avaliado em R$ 11 milhões, incompatível com os seus rendimentos de R$ 12 mil.

Segundo investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Waldívia Alencar acumulou um patrimônio milionário, adquirido por meio de fraudes em licitações e superfaturamento de obras.  O MP-AM pediu o bloqueio de 22 imóveis residenciais e comerciais registrados em nome da ex-secretária ou de familiares no Amazonas e em Santa Catarina, além de cinco veículos de luxo, avaliados em mais de R$ 12 milhões.

Acompanhe a reportagem completa e os comentários de Ronaldo Tiradentes e Neuton Correa, nesta segunda-feira (23), no Manhã de Notícias, que começa às 7 e meia.

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