Ativistas do Greenpeace no Brasil estão mobilizados em uma nova campanha para tentar barrar o Projeto de Lei (PL) 1807/2017, que tramita em regime de urgência no Congresso, que, na avaliação dos ecologistas, legitima ocupações ilegais de terra e estimula o desmatamento e a grilagem na Amazônia.
O PL, enviado pelo Executivo, reduz a proteção da Floresta Nacional do Jamanxim, no Estado do Pará. Para o Greenpeace Brasil, se esse projeto for aprovado, as consequências serão desastrosas não apenas para a floresta amazônica, mas também para a imagem do país e do próprio setor exportador de alimentos, que seria o beneficiário final do desmatamento.
Cristiane Mazzetti, especialista em desmatamento zero do Greenpeace, afirma que se a proposta for aprovada, vai liberar mais áreas de floresta para desmatamento e grilagem. Mazzetti acusa o presidente Michel Temer de estar rifando a Amazônia em troca de votos contra sua cassação.
No final de 2016, atendendo à bancada ruralista – a maior no Congresso -, Michel Temer propôs medidas provisórias para reduzir os níveis de proteção de Unidades de Conservação no Pará.
Em maio, as MPs 756 e 758 foram aprovadas pela Câmara e pelo Senado, deixando desprotegidos quase 600 mil hectares florestas – o equivalente a quatro vezes a cidade de São Paulo.
O Projeto de Lei 1807/2017, que agora tramita em regime de urgência no Congresso Nacional, substitui as MP’s 756 e 758, vetadas por Temer às vésperas de embarcar da última viagem internacional dele, no mês passado.
Em junho, antes do embarque, o presidente vetou as tais MPs criadas por ele, numa clara tentativa de minimizar críticas internacionais e retaliações do país europeu que mais investe na conservação da Amazônia.