Com problemas mentais e outras doenças, refugiados haitianos sobrevivem sem nenhuma assistência médica, em Manaus

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Eles começaram a vir para o Brasil após um terremoto que praticamente destruiu o Haiti, despertando a atenção internacional. A porta de entrada foram os municípios de fronteira do Interior do Amazonas. De lá, até agora, já são milhares de cidadão haitianos, boas parte deles sobrevivendo em situação de insalubridade.

Em Manaus, quatro deles vivem na Igreja São Gerado, na Rua e bairro de São Geraldo, na zona Centro-Sul da cidade, com transtornos mentais. A voluntária da igreja, Regina Gutierrez, abriga atualmente na paróquia uma haitiana de cerca de 35 anos de idade, sem identificação, possivelmente grávida e que ainda pode ser portadora do vírus HIV, o vírus da Aids.

De acordo com Regina, nesta segunda-feira (15), a mulher teve  um surto na área do  Porto do Ceasa, no Distrito Industrial, zona Sul, e  invadiu várias casas no local. A polícia a levou para Igreja de São Geraldo. Ainda de acordo com Regina, a Superintendência Estadual da Saúde (Susam) foi acionada várias vezes para atender a haitiana, mas até a tarde desta terça-feira nada foi feito, pelo órgão.

Regina desabafa que, prestar assistência a esses haitianos e a outros que sofrem de algum tipo de doença, em Manaus, tem sido uma luta para igreja, porque os órgãos responsáveis pela permanência deles no Amazonas não prestam nenhuma ajuda à instituição. Segundo ela, alguns doentes mentais estão nas ruas, correndo riscos e oferecendo riscos à segurança de outras pessoas.

Para Regina, a atitude dos órgãos públicos locais é irresponsável, já que a entrada dos haitianos foi autorizada pelo governo brasileiro e pelo governo do Estado, em condições precárias de saúde e sociais e não oferecem atenção a essas pessoas.

A Susam enviou nota informando que o atendimento a pessoas com transtornos mentais é feito pelo Centro de Atenção Psicossocial (Caps). De acordo com a coordenadora do programa estadual de Saúde Mental, Maria de Lourdes Siqueira, as pessoas que estiverem em crise e precisarem buscar tratamento psiquiátrico, podem acionar as equipes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Semash), que fazem o primeiro contato.

A diretora informa, ainda, que a paciente citada pela matéria já foi removida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), da Prefeitura, e encontra-se em atendimento, no Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro.

A nota da Susam foi enviada às 13h14 desta terça-feira, porém, às 14h10, a voluntária Regina Gutierrez informou à produção de jornalismo da Rede Tiradentes que a haitiana ainda não havia sido removida pela equipe de saúde do órgão.

Um comentário para “Com problemas mentais e outras doenças, refugiados haitianos sobrevivem sem nenhuma assistência médica, em Manaus

  1. Sou portadora de Doença Mental e preciso de ajuda. Tenho também transtorno bipolar.

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