Com atração nacional, Festival Todas São Manas ocorre neste domingo (12) no Les Artistes Café

Localizado no Marco Zero de Manaus, o prédio histórico do Les Artistes Café recebe neste domingo (12) o Festival Todas São Manas, onde todas as vertentes da Cultura Hip-Hop serão apresentadas por mulheres. A programação é gratuita e contará com Batalha de Tag para artistas visuais, Batalha de BGirls para dançarinas, Batalha de Freestyle para as rimadoras e os shows de Luca Brasil, Lary Go & Estrela e a atração nacional com show do grupo Rap Plus Size, de São Paulo.
A partir das 14h os set das DJs Maria Moraes, Naty Veiga e  Dj Pammy tomam conta do palco, o evento contará com espaço kids para que as mães não fiquem de fora. A organizadora do evento, Deborah Erê (25) chegou em Manaus em 2014 e é uma das pioneiras no graffite feminino na cidade, vinda de São Caetano do Sul, interior de São Paulo, ela conta que tudo começou quando, junto à outra graffiteira, Isy, pode finalmente conhecer outras mulheres que também grafitavam. “Foi  emocionante pra mim, entrei em um novo universo e a partir desse dia eu me apaixonei ao ver que a representatividade existe” declara a organizadora do evento que deseja criar no local um ambiente similar, com troca de experiências e conexões.
TODAS SÃO MANAS
Com o levante feminista, a discussão quanto ao direito da mulher à cidade surge tambem no Hip Hop, uma cultura que também vem sendo protagonizada por homens e onde o corpo feminino vem sendo objetificado há anos. O festival “Todas São Manas” surge como palco para os trabalhos artísticos feitos por mulheres dentro do contexto do Hip Hop e da cidade, é resultado do Premio Manaus de Cultura Hip Hop, de 2015.
A primeira edição contou não só com o graffiti, mas também com MCs e DJs. “Com a inserção do Break Dance, temos os quatro segmentos da cultura hip Hop bem alinhados para serem vivenciados da melhor forma no dia do evento, a parte do Break vai ficar com a Cleice Tavares (22), vinda diretamente de Brasília e que trabalha com o estilo há três anos” anuncia Erê.
As irmãs Lary Go (23) e Strela (21) integram uma dupla de Rap e também se apresentam no evento. “Acredito que será um festival incrível, principalmente pelo fato de que é totalmente protagonizado por nós, mulheres do Hip Hop manauara. Esse fortalecimento é importante e estamos aqui para somar sempre” reforça Lary Go. Já Strela, comenta que será o evento ideal para que as mulheres da cena interajam entre si, conectem suas ideias e experiências. “Mostrando que as mina também são função” garante a rapper citando a letra de uma música da dupla. Enquanto isso, DJ Pammy (22) aposta na cena local, “está por vir uma nova jornada no cenário feminino, que se fortalece cada dia mais” afirma Dj Pammy, que atua na profissão há três anos e está trabalhando em seu novo disco.
DOCUMENTÁRIO
Outra atividade oferecida pelo Festival Todas São Manas será a exibição do filme “Chega de FiuFiu”, que acompanhará uma roda de conversa sobre o tema e acontece na parte interna do Les Artistes Café Teatro ás 16h. A atividade será proposta pelo Grupo de Apoio de Mulheres Jovens (Gamj), representado por Ayla Viana. O filme abre espaço para o diálogo sobre o assédio sexual nas ruas das cidades brasileiras, além de ampliar a discussão ao expor a intersecção entre racismo, machismo, sexismo e transfobia que cada uma das personagens vive diariamente.
 
RAP PLUS SIZE (SP)
 
O duo é formado por Issa Paz e Sara Donato, o hit “Toda Grandona” conta com mais de 360 mil visualizações no YouTube e é um verdadeiro levante a auto estima das mulheres que se sentem livres da pressão do padrão. “De uns cinco anos pra cá tivemos uma crescente muito forte do movimento feminino e isso influenciou a cultura hip hop”, analisa a integrante Issa Paz.
A composição “Pano Rasga”, com mais 110 mil visualizações na mesma plataforma, fala sobre o desafio que é se impor frente a casos de machismo ou racismo nessa mesma sociedade padronizada. Ao questionar sobre maneiras de combater o ato de passar pano, Issa é enfática. “Deixamos bem escurecida na letra que quem protege pilantra é pilantra da mesma laia e acreditamos que nosso som pode causar transformação, precisamos construir espaços seguros para termos o mínimo de equilíbrio que precisamos para viver em paz” afirma.

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