Do mais jovem ao mais velho, eles chegaram cedo e já foram mostrando toda a insatisfação com um fato corriqueiro, mas que tem feito um estrago na vida de muita gente. Os acidentes com carretas e caçambas nunca foram tão noticiados pela mídia quanto neste 2015. Que o diga a família do ex-levantador de toadas do boi Caprichoso, Renato Freitas.
Neste domingo a esposa Débora Rubim Freitas, completou 30 dias de falecimento por conta dos ferimentos após um acidente com carreta na Alameda Cosme Ferreira na zona Leste da Capital.
Neste domingo (5), uma caminhada na orla da Ponta Negra em Manaus, lembrou os 30 dias da morte de Débora Rubim Freitas, vítima de acidente de trânsito com carreta na zona Leste de Manaus – Fotos: Fábio Melo
Para lembrar a data, parentes e amigos fizeram uma manifestação pacífica na orla da Ponta Negra. Com cartazes e cantando músicas cristãs, eles comoveram os frequentadores do local.
Para Adson Matos que é parente de Débora, a família ainda está indignada com a impunidade e com a falta de apoio do dono da carreta. “Nossa indignação principal, é com a falta de assistência para com a nossa família, das pessoas que causaram essa fatalidade. Assim como na nossa família, existem outras pessoas que já faleceram, que estão nas camas de hospital, inválidas. Quem causou esse acidente, infelizmente, continua suas vidas como se nada tivesse acontecido.”, desabafou Adson.
Segundo o Detran, mais de 200 carretas foram apreendidas deste o início do ano por diversas irregularidades, mesmo assim, os incidentes continuam ocorrendo. Na semana passada um contêiner com café tombou em frente à Assembleia Legislativa do Amazonas.
Segundo o diretor do órgão, Leonel Feitosa, falta consciência para o motorista desse tipo de veículo. “Infelizmente, o grande problema é a falta de conscientização das pessoas que estão no trânsito hoje. Nós vemos todos os dias, acidentes com vítimas fatais, pela falta de consciência do motorista, em não cumprir a legislação de trânsito, em se exceder na velocidade, de ingerir bebida alcoólica e dirigir. Então, não é uma luta só nossa, do Detran, Manaustrans, mas uma luta de todo mundo. A população não agüenta mais ver todos os dias, notícias de mortes no trânsito da nossa cidade. Vamos lutar juntos, para que se Deus quiser, nós possamos ter um trânsito de muita paz.”, declarou Feitosa.
Para o viúvo de Débora, o cantor Renato Freitas, a caminhada foi positiva e deve motivar outras atividades ligadas ao combate a violência no trânsito em Manaus. “Queremos agradecer a Deus, por nos dar a oportunidade de estarmos aqui nos manifestando. Agradecer a imprensa de um modo geral e finalizar pedido paz no trânsito. Não vamos matar, vamos salvar vidas!”.
Reportagem Fábio Melo