Banda Gramophone comemora 2 anos de música independente em Manaus

Em 2016, dois ex-integrantes da DreadRock convidaram o técnico de som da banda para compor um trio e, assim, começou a surgir a banda Gramophone que comemora 2 anos de resistência musical com o show ‘A nossa festa é muito boa’, dia 23 de junho, a partir das 19h, no Ao Mirante Bar (Avenida Pe. Agostinho C. Martin, 1053 – São Raimundo). As bandas Johnny Jack Mesclado, Casa de Caba e o músico Milton Cabocrioulo também se apresentarão na festa. Os ingressos custam R$ 15,00 e já estão disponíveis na barraca do Tacacá da Gisela, Largo de São Sebastião.

Os ex-integrantes da extinta DreadRock eram a vocalista Vívian Gramophone e o baterista JC Ribeiro. O técnico era o guitarrista Renan Haijin. Logo o trio convidou o trompetista Robson Andrei, que jogava videogame com o Renan, para participar do projeto. E, assim, a Gramophone já tocava em bares e casas noturnas de Manaus, propondo versões e releituras em um repertório que passeava pelo rock, samba, forró, jazz, carimbó e MPB, destacando-se pelo tom experimental proposto.

“Mais tarde, chamaram a gente para tocar umas músicas da Amy Winehouse em um programa de TV e precisávamos de um baixista. O Robson cursava Música na Ufam, onde conheceu o Mauro e o chamou para fazer essa participação. Ele acabou ficando de vez” explica Vívian sobre a formação completa da banda.

Dona de uma voz potente, expressiva e singular, Vívian diz que, apesar das dificuldades, fazer música é um ato de responsabilidade social e agradece por poder compartilhar reflexões por meio da arte. “Cantar é uma missão para mim. Pensar, através da arte, em formas de contribuir com a sociedade na qual estou inserida me realiza. E a cada dia que passa, sinto que minha responsabilidade social aumenta, porque sei que posso agregar, levando reflexão, consciência e bons pensamentos aos meus iguais por meio de música”, completa Vívian.

Para Mauro Lima, baixista da banda e estudante de Música na Ufam, trabalhar com música em Manaus é desafiador, mas segue na profissão com o apoio da própria banda, que hoje é também família.
“Fazer música em Manaus é uma correria que muitas vezes não é bem recompensada. Aqui se produz uma música bem rica e diversa. A mescla de ritmos e estilos impressiona. O problema é a falta de apoio para com os artistas que, muitas vezes, sofrem na mão dos donos de casas de shows, bares e estabelecimentos comerciais. Isso se dá pela pouca valorização dos músicos. Nem sempre nos sentimos representados por instituições que estão aí para nos incentivar e, muitas vezes, ficam mudas. Apesar de tudo isso, o sentimento mais forte na banda é o amor que um sente pelo outro. É uma família, sem dúvida”, diz Mauro.

Os artistas convidados para celebrar com o público e com a Gramophone têm significado especial na trajetória da banda. Milton Cabocrioulo é considerado padrinho, ele compôs a música “Doce Vida”, cantada e festejada pela Gramophone. “Ribamar” e “Migalhas de amor” também compõem o repertório próprio da banda. Casa de Caba e Johnny Jack Mesclado são grandes influências para a musicalidade e para as produções do quinteto.

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