Amazonas teve quase seis mil focos de queimadas, nos últimos cinco dias, aponta INPE

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Esta é, provavelmente, a verdadeira razão da fumaceira que encobriu a capital do Estado, nos últimos dias. Os dados do boletim de Monitoramento de Focos de Calor, gerado operacionalmente pela equipe de monitoramento de queimadas por satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), foram divulgados nesta segunda-feira (05), durante reunião do prefeito Arthur Virgílio Neto com representantes de órgãos do meio ambiente municipais, estaduais e federais. A reunião aconteceu no Palácio Rio Branco, no Centro da cidade. A ideia foi avaliar dados e discutir estratégias que possam intensificar o combate às queimadas no Estado. 

Estiveram presentes a diretora técnica do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Arthemisa do Valle; o superintendente do Instituto Brasileiro Meio Ambiente Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Mário Lúcio Reis; o secretário estadual do meio ambiente, Ademir Stroski; o titular da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), Itamar Mar, e a secretária municipal da Educação, Kátia Helena Schweickardt. De acordo com o o prefeito, Manaus vem sofrendo com o excesso de fumaça na atmosfera há quase uma semana , o que tem despertado atenção total das autoridades, por conta dos efeitos na saúde da população.

Coletados entre 30 de setembro e 5 de outubro deste ano, os dados  mostram 5.899 focos de queimada no Amazonas e que a cidade campeã deste índice é o município de Careiro Castanho, na Região Metropolitana de Manaus (RMM), enquanto que a capital aparece na 32ª posição do histograma. Os números podem ser obtidos em http://www.dpi.inpe.br/proarco/bdqueimadas.

Entre 1° de setembro e 5 de outubro foram registrados 38.510 pontos de queimadas, sendo que a capital amazonense aparece na 35ª posição, enquanto que o município de Apuí está no topo da lista, seguido Lábrea, Manicoré, Boca do Acre e Careiro. Quando são avaliados dados de um período maior, Manaus fica ainda mais atrás, no número de focos. Todos estes municípios, aliados ao vento, têm contribuído para causar o fenômeno que deixa Manaus enfumaçada.

O secretário da Semmas, Itamar de Oliveira Mar, explicou que a Prefeitura de Manaus monitora as queimadas na capital e que o trabalho que é feito para alertar sobre o perigo da prática está intensificado, principalmente nesta época do ano, em que, historicamente, os focos aumentam em todas as zonas da cidade. A queima do lixo doméstico lidera as denúncias recebidas pela Semmas.

Conforme a Diretoria de Fiscalização, de janeiro a setembro deste ano, foram recebidas 231 denúncias, que geraram 56 autos de notificações, apenas com caráter de orientação. Destas, 84 foram registradas apenas em agosto e setembro. O problema se agrava ainda mais no Interior do Estado.

Segundo o superintendente do Ibama, Mário Lúcio Reis, é necessário que também se trabalhe uma mudança de cultura nos municípios, principalmente em áreas de pecuária intensiva. Já o Ipaam informou que intensificou as operações de fiscalização nos municípios de Humaitá, Lábrea, Manicoré e Apuí.

A ação conta com o apoio do Batalhão Ambiental, Ibama e Polícia Militar. A população também deve atuar na fiscalização das queimadas e denunciar os focos aos órgãos competentes, como a Semmas – 08000922000 ou semmas.manaus.am.gov.br –  Defesa Civil – 199 – e Corpo de Bombeiros – 193.

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