Em entrevista exclusiva, Amazonino faz balanço da administração e afirma que vai passar fixa de governador a Wilson Lima

O governador Amazonino Mendes (PDT) deu, nesta segunda-feira (10/12) a última entrevista dele na chefia do executivo amazonense à Rede Tiradentes.

Bem disposto, o governador fez um balanço do quarto mandato no governo e destacou o que vai fazer, a partir de 1º de jan eiro de 2019: “soltar as asas que estavam presas, por causa das tarefas na chefia do governo”, disse.

Falando sobre o resultado da eleição, Amazonino disse que enfrentou um momento de revolta nacional da população, irritada com os desmandos dos políticos, mas que não se acha injustiçado por uma decisão do povo. “Foi uma eleição da emoção!” Ele admitiu que ficou decepcionado, porque acreditava que a eleição terminasse com um gestor capaz de consolidar a situação econômica do Estado.

O governador disse que vai torcer para que o novo governador, o jornalista Wilson Lima (PSC), tenha sucesso no mandato, porque, sobretudo, torce pelo Estado. “Temos de rezar e pedir a Deus para que ela faça um bom governo.”

Inquirido sobre o “arrumar a casa”, Amazonino afirmou que conseguiu o que foi proposto na campanha. “Cumprimos com o nosso dever!”

O governador fez questão de destacar, também,  o que considera um grande mandato, como prefeito de Manaus, com a realização das obras como a Ponta Negra.

Perguntado sobre o que ele considera a obra mais importante da vida pública, Amazonino  disse que é uma obra invisível: a geração de empregos para a população.

O governador também destacou uma das últimas realizações: a Avenida das Torres e os anéis viários, que são importantes para o trânsito da cidade. O governador não esqueceu de destacar, também, a participação das outras administrações estaduais, que iniciaram as obras.

Perguntado se já teve algum contato com o governador-eleito Wilson Lima, disse que ainda não, mas que está a disposição dele para qualquer esclarecimento.

Confirmou que vai haver déficit na saúde, mas disse que, em um ano de mandato, o déficit foi reduzido pela metade e garantiu: “O estado está ‘organizadinho’, pronto para ser tocado pelo novo governo.”

Sobre sua relação com as novas tecnologias, o governador disse que, inclusive, está lendo os livros que sempre interessaram a ele por meio dos ‘e-books’. “Sou um velho, mas sou um velho revolucionário! ” Estou satisfeito e grato a Deus!”

Perguntado sobre os planos para o futuro, ele afirmou que não tem: “Me esgotei! Trabalhei demais e só tenho que ser grato ao povo do Amazonas!Se eu morrer amanhã, morro agradecido!”

Sobre o gás explorado no Amazonas, o governador afirmou que, hoje, é o mais caro do Brasil mas que, com decisões de governo, conseguiu com que o produto ficasse pelo menos 15% mais barato para os amazonenses e analisou que se o transporte estivesse sendo feito por barcaças, como ele queria, estaria com preço menor. “O gasoduto custou mais de R$ 2 bilhões e não transporta a metade do gás que seria transportado pelas barcaças e o amazonense está pagando a propina paga aos corruptos, revelada pela Lavajato.”

Amazonino destacou o pagamento do Fundeb aos professores e afirmou o governo dele garantiu o pagamento das parcelas restantes.

O governador disse também, que ainda não sabe o quanto vai ficar no caixa para o novo governo, mas que vai ficar muito dinheiro e sem dívidas de empréstimos. “O governo que assumir não vai ficar em situação de ‘miserê’, não!”, garantiu.

Falando sobre uma figura tradicional da política – o chamado “puxa-saco”, com os quais todo político acaba sendo obrigado a se relacionar, aproveitou para fazer críticas ao comportamento do gestor que se deixa levar pelas ilusões da bajulação e alertou: “O processo político é terrível! Ele desmoraliza! É uma característica da política de terceiro mundo. ”

Consultado, afirmou, finalizando, que vai, sim, “passar a faixa” ao governador-eleito Wilson Lima.

 

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