Dos 7.304 afastamentos concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), no Amazonas, de janeiro a junho deste ano, 395 foram por transtornos mentais. De acordo com o instituto, doenças como depressão, alcoolismo e ansiedade surgem cada vez com mais frequência, na vida das pessoas e o desempenho profissional é uma das primeiras áreas comprometidas. Dados do INSS, em 2014, apontam 83.237 trabalhadores brasileiros afastados de suas funções, devido a doenças mentais e comportamentais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 700 milhões de pessoas no mundo sofram com algum tipo de doença mental. “A correria da vida moderna e a constante busca por atingir metas favorece o desenvolvimento de distúrbios como a depressão, ansiedade, síndrome do pânico, entre outros”, explica a diretora da ABL e Associados, Angela Bulbol de Lima.
Angela Bulbol de Lima é professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), mestre em Desenvolvimento Regional e doutora em Ciências da Informação e Marketing, pela Universidade Fernando Pessoa, de Portugal.
Segundo Angela Bulbol, as doenças ocupacionais podem atingir pessoas produtivas e inteligentes, mas que devido a diversos fatores podem desencadear a enfermidade. As empresas, diz Angela, precisam garantir apoio ao colaborador, para que ele se trate e retorne as suas atividades em um ambiente saudável.
“Nós já vivemos em um mundo onde a exigência pelo alto rendimento é cada vez maior, o que, por si só, gera bastante ansiedade”, disse.
Angela ressalta que, no atual momento, em que os profissionais se deparam com constantes demissões e não se sentem seguros no ambiente de trabalho, a ansiedade pode se tornar um grave problema de saúde.
Para Angela, as empresas atentas às mudanças comportamentais dos colaboradores conseguem desenvolver um ambiente de trabalho mais harmônico e saudável.