Sucessão estadual: “sou contra a Cidade Universitária da UEA”, afirma, candidato do PSOL, Abel Alves

O candidato pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), o advogado de Tefé e ex-deputado estadual Abel Alves, foi o entrevistado desta sexta-feira (11), encerrando a primeira rodada da Tiradentes News com os candidatos ao Governo do Amazonas. Abel, um dos políticos amazonenses vítimas da perseguição da ditadura militar, apresentou a ficha dele, junto aos órgãos de segurança nacional e revelou que foi considerado subversivo perigoso.

“Eu atuava no campo da esquerda e, pelo que consta nesses documentos, como era um perigoso subversivo!”

Preso, após ser identificado como subversivo, ao sair da prisão, Abel Alves se lançou na política, em Tefé, município onde nasceu. “Com 18 anos, eu fui vereador em Tefé, pelo PPB. Aí eu comecei minha vida política. Depois, fiz o vestibular aqui no Amazonas – fiquei até o segundo ano, aqui na faculdade – fui para Recife. Terminei o curso em Recife e, lá, me meti na política estudantil. Fiz campanha do Miguel Arraes, do Pelópidas Silveira, e, aí, entrei no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Minha militância era na Faculdade de Direito do Recife. Isso gerou em mim uma perspectiva política. Como veio o golpe, eu não pude continuar em Recife. Teria que voltar para minha terra. Em Tefé, fui juiz em Fonte Boa, fui demitido e hoje sou desembargador anistiado – não é o Estado do Amazonas que me paga. Quem me paga é a União. Com a redemocratização, eu voltei para o Amazonas.” …

Ao invés da renovação pregada por alguns candidatos, Abel Alves defende a inovação. “Cheguei à conclusão que, nos dias atuais, de que o que nós precisamos, não é de uma renovação. Renovar é renovar o que velho! É o que está aí! Nós precisamos de uma inovação!E é isso que a minha candidatura pretende! Queremos inovar no processo político e estamos contra tudo o que está aí! Eu estou contra essa situação no Estado, em que, há 32 anos, não se vê mudança. É a mesmice! Tudo e mesma coisa! É um continuando o outro e, hoje, são grupos se digladiando!”

O candidato fez críticas aos adversários que dizem defender o Interior. “Eu sou o único candidato filho do Interior. Muita gente, agora, está andando pelo Interior, mas o que fizeram pelo Interior? Não fizeram nada! Tudo é Manaus, porque Manaus rende dinheiro! O Distrito Industrial, só nestes cinco meses, faturou R$35, 8 bilhões. Nós somos tidos, apenas, como curral eleitoral!

A construção de um porto hidroviário decente para receber os ribeirinhos que vêm a Manaus é uma das propostas do candidato ao governo do Estado, pelo PSOL. “Não temos uma estação hidroviária. Uma vergonha! Então não temos como receber esse povo do Interior. Haveremos de construir esse Porto Hdroviário!”

Sobre a continuidade das obras em andamento, defendida por outros candidatos, Abel Alves se posicionou contra a continuação das obras da Cidade Universitária da Universidade Estadual do Amazonas. “Eu sou contra a Cidade Universitária, porque elas vai fazer com que, os que puderem, venham para Manaus e vamos acabar esvaziando os Centros do Interior. Muito melhor seria que o Estado desse melhores condições ao Interior, visse os polos interioranos – em Tefé, no Madeira, no Purus – e dotasse de condições, de professores, e aí, nós não teríamos aquele pessoal vindo para Manaus. Eu sou contra isso! Precisamos estudar!”

O candidato fez críticas à ausência de investimentos no Interior e ao que chamou de abandono do setor primário do Estado. “O setor primário está abandonado! Tefé teve um projeto que seria a salvação do município. Acabaram, faliram o Projeto Dendê. Tefé é a cidade da castanha! Não tem uma usina para beneficiar castanha! Quando se fala em Interior, fala-se em asfalto, reforma de hospital, construção de delegacias. Nós não! Nós queremos fazer com que o Interior tenha dignidade! Possa ter voz!”

Abel Alves acredita que a descrença do eleitor nos outros políticos vai render votos para ele. ‘eu afianço aqui pra vocês: pelo jeito que está aí, a sociedade, esses políticos sem credibilidade, e o povo não tendo em quem votar, vai votar no Abel Alves – 50 – para governador!”

Segundo ele, há alternativas para vencer os principais candidatos – Eduardo Braga e José Melo. Abel Alves colocou a polarização entre os dois sob suspeição. “Eu não sei se está polarizada. Eles são os candidatos com mais condições – um tem a máquina do Estado e outro tem a máquina federal – mas não vejo que eles tenham o apoio da população, porque estão muito desgastados! O que eu sinto é isso! Este ano, muita gente deixar de votar!” Por causa da imagem comprometida dos outros candidatos, Abel Alves acredita que poderá fazer a diferença, junto ao eleitorado.

O candidato do PSOL terá cerca de dois minutos de tempo no Rádio e na TV. O candidato a vice de Abel Alves, o bacharel em direito Mário Lúcio da Silva, não pode participar da entrevista, porque, de acordo com ele, está com grave problema de saúde.

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