Alunos de escola pública de Barreirinha-AM são destaque do Prêmio Construindo a Nação

Alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Maria Belém, no município de Barreirinha, a 360 quilômetros de Manaus, desenvolveram projeto de fabricação do sabão, com a reutilização do óleo vegetal antes despejado nos ralos de cozinha do município. O projeto garantiu o 1º lugar do Prêmio Construindo a Nação edição 2013/2014, na categoria Ensino Médio, entregue nesta quarta-feira (30), pelo Serviço Social da Indústria (SESI Amazonas), em parceria com o Instituto Cidadania Brasil.

De acordo com o coordenador do projeto, Evaldo Belo, a iniciativa durou seis meses e recolheu 71 litros de óleo que era desperdiçado do meio ambiente, por famílias que viviam da venda de salgados. O projeto gerou mais de 400 amostras de sabão em barra, que voltou para as próprias famílias.

“Os sete alunos não trabalhavam sozinhos. Eles disseminaram a ideia para toda a escola, então o projeto envolveu 350 alunos. Nós organizamos oficinas, nas quais os alunos ensinavam alunos e familiares como fazer a reutilização”, disse.

Evaldo revelou que a iniciativa deu tão certo entre alunos, escola e comunidade, que esse ano desenvolve novo projeto de compostagem, reciclando as sobras da merenda escolar para  transformá-la em adubo para a própria horta da escola.

“Ter a nossa inciativa reconhecida é ver o seu dever cumprido e saber que uma sementinha em prol do meio ambiente foi plantada. Nós queremos ser espelho para outros professores e escolas, para que eles se motivem e vejam e vale a pena trabalhar por isso”, disse o professor.

Outro destaque da premiação foi o projeto “Pequeno Cidadão, seus Direitos e Deveres” do Centro Municipal de Educação Infantil Professor Wilson Mota dos Reis, 1º lugar do prêmio em Educação Infantil, que ensina  Educação Fiscal a crianças  de 3 a 5 anos.

De acordo com a gestora da escola, Regina Coelli Martins, estão envolvidas 150 crianças do bairro Redenção, que aprendem a fazer valer desde cedo seus direitos e deveres como cidadãos.

O desafio de ensinar algo sério para crianças tão pequenas foi vivenciado na prática com a visita a “mercadinhos” no próprio bairro, onde as crianças descobriram o direito de receber a nota fiscal de compra, inclusive com o valor dos impostos embutidos no preço final do produto.

“Fazemos um trabalho em conjunto com família e crianças, abordando com eles temas como nota fiscal, recolhimento de impostos e também a questão ambiental. Observamos que não são apenas as crianças que aprendem, mas principalmente os pais. Muitos não sabiam dessas informações e as crianças começam desde cedo a ter consciência dos direitos e deveres e ajudam os pais nesse papel”, disse Regina, que revelou que a Escola garantiu o bicampeonato com a premiação.

O projeto campeão na categoria Ensino Fundamental foi o “Ética e Cidadania: reflexão e criação da prática”, da Escola Municipal Padre Sebastião Luiz dos Santos Puga Barbosa, do bairro Japiimlândia, que trabalha por meio de oficinas, cursos e palestras a temática.  “A escola está numa área vermelha e os alunos  chegaram ao nível de formar “galeras”, destruir o patrimônio escolar, os pais por sua vez, não acompanhavam o desempenho dos filhos Na escola, e tudo isso fazia com que a escola fosse mal vista por toda a comunidade”, disse a professora coordenadora do projeto, Auristela Brasil Brito.

O projeto concorreu com o relato de experiência, que após diversas ações houve mudança de comportamento. “Fizemos um trabalho que atingiu do porteiro à comunidade, envolvemos todos na orientação, informação e sensibilização. Os resultados foram os melhores possíveis, com aumento do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), os alunos não formam mais galeras, a escola passou por reforma, devido à participação ativa dos pais em reivindicações, houve queda no uso de drogas e na gravidez precoce e chegamos até ganhar outro prêmio de Cidadania”, relatou Auristela, que acrescentou que nada foi feita solitariamente. “Contamos com a ajuda de muitos parceiros como a UFAM”, comemorou Auristela.

De acordo com a coordenadora do prêmio, Lourdes Cavalcanti, do SESI Amazonas, ao todo 32 escolas inscreveram projetos nas áreas de cultura, meio ambiente, direitos humanos e justiça, políticas públicas, educação, saúde e comunicação, em seis categorias: Ensino Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio, Educação de Jovens e Adultos (EJA), Ensino Técnico e Iniciativa Pública e Privada.

Além da premiação dos três primeiros colocados de cada categoria, a Menção Honrosa para escolas que tiveram Destaque Social e com a participação do Teatro Popular do SESI com a peça “Construindo a Nação”.

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