14/05/13 – A denúncia de que um funcionário público comissionado da Secretaria da Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) estaria fazendo uma série de viagens para um curso de doutorado, em Minas Gerais, e até fora do país, o que o transformaria em uma espécie de multiplicador, trazendo o conhecimento adquirido para repassar a outros servidores da secretaria, acabou despertando desconfianças e críticas em outros grupos de servidores que não têm conseguido o mesmo benefício.
Nesta terça-feira (14), em entrevista ao CBN Manaus, o professor André Luís Nunes Zogahib procurou justificar o investimento do Estado na formação dele. “Eu entrei no Estado Amazonas, concursado, inclusive em 1º lugar, na Fundação Hospital Adriano Jorge, no ano de 2004. Venho de uma família humilde e, tudo o que eu conquistei na minha vida, graças a Deus, foi com esforço individual.”
Para o professor, os benefícios dos quais ele goza estão apoiados na legalidade. “Eu gostaria de dizer que não há nenhuma ilegalidade em fazer um curso pela Polícia Civil.”
Segundo André Zogahib, o número de viagens é necessário para o bom aproveitamento do curso. “Para a polícia poder desenvolver o seu trabalho, nós precisamos organizar toda a estrutura da Polícia Civil do Amazonas.”
O professor rebate a afirmação de que, profissionalmente, a formação dele seja fundamental para a melhora da estrutura da Polícia Civil. “Para chegar a um ponto de se trabalhar em conjunto, de forma integrada, que é o que a gente busca, a gente tem que desenvolver melhor as nossas atividades internas. De qualquer sorte, a gente vem desenvolvendo nosso trabalho aqui e o nosso compromisso com a instituição.”
Em torno da ligação dele com a Polícia Civil, Zogahib confirma ser funcionário temporário. “Eu sou funcionário púbico do Estado do Amazonas e ocupo um cargo comissionado na Polícia Civil, ou seja, eu ‘não sou’ comissionado. Eu ‘estou’ comissionado na Polícia Civil. Apesar de não ser concursado da Polícia Civil, eu sou servidor público do Estado do Amazonas e onde estiver, estarei zelando pela administração pública do Estado.”, justifica.
A respeito do retorno que ele poderá dar ao Estado, como forma de justificar os cursos que faz, pagos pelo contribuinte, Zogahib disse que está compromissado com a administração estadual. “A garantia é que a gente tem um compromisso firmado com o Estado, sempre buscando o desenvolvimento do Amazonas. Várias pessoas também tem viajado!” ,
Inquirido sobre as diárias que recebe para fazer as viagens, em detrimento dos seus colegas que enfrentam dificuldades para viajar até mesmo para o Interior do Estado, Zogahib disse que, até o momento, por conta da burocracia, ele mesmo ainda não recebeu as diárias a que tem direito e que, hoje, as diárias de toda a polícia saem até mais rapidamente, que há anos atrás. “Com o passar do tempo, nesse um ano, essas diárias têm saído em menos tempo, mas existe todo um procedimento burocrático para o pagamento dessas diárias, porque a gente não pode pagar se não estiver dentro da legalidade.”
Mas não é apenas isso. Segundo o professor, ele ainda precisará viajar outras vezes até a conclusão do curso. “Ainda faltam seis viagens para que a gente possa ser o multiplicador da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), na execução do nosso planejamento estratégico. A gente está imbuído da missão de reformular a polícia do Estado do Amazonas.”
André Zogahib é coordenador de Planejamento Estratégico e da Comissão de Capacitação da Polícia Civil do Amazonas.