Servidores da Suframa negam desabastecimento de alimentos por causa da greve e decidem pela continuação do movimento

A greve dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) não está causando desabastecimento de alimentos, em Manaus. Pelo menos essa foi a garantia dada pelo Sindicato dos Funcionários da Suframa (Sindframa) em entrevista coletiva, na manhã desta segunda-feira (24). O movimento grevista já dura 33 dias.

De acordo com o vice-presidente do Sindframa, Anderson Belchior, todos os acordos nas áreas de indústria e comércio visando à liberação mínima de 30% dos produtos que chegam para fiscalização estão sendo cumpridos. Segundo o sindicalista, itens alimentícios considerados essenciais, como carne e trigo, estão sendo, inclusive, liberados de forma imediata, sem qualquer retenção.

Ainda segundo Belchior, os únicos embargos estão ocorrendo com itens considerados não essenciais, como calçados e materiais de informática. “Os alimentos não estão sendo travados na Suframa. Não há desabastecimento de alimentos por conta da greve. Se houver desabastecimento, não tem relação com o nosso movimento”, afirmou o vice-presidente do Sindframa.

Acompanhado de outros dirigentes do sindicato e de servidores que seguravam cartazes e faixas de protesto, ele informou que o movimento grevista continua por tempo indeterminado, até que o Governo Federal negocie de forma respeitosa com a classe.

Belchior informou, ainda, que duas propostas foram enviadas pelo Governo Federal à classe até o momento e tinham base semelhante: a criação de grupo de trabalho com prazo mínimo de 180 dias para discutir a reestruturação da carreira dos servidores da autarquia. Após análise, as duas propostas foram rejeitadas porque, além de não garantir aumento efetivo nem neste nem no próximo ano, sequer apresentavam comprometimento de que as diretrizes discutidas pelo grupo de trabalho a ser formado seriam cumpridas. “Estamos abertos à negociação e sempre solicitamos reuniões com o Governo, mas isso nunca ocorre. O acordo não pode ser unilateral”, disse.

O sindicalista lamentou que, diante das indefinições quanto ao desfecho do movimento, o Governo Federal começe a ameaçar os servidores com o corte do ponto funcional, ainda que a greve não tenha sido declarada ilegal.

Após a coletiva de imprensa, em reunião convocada pelo superintendente Thomaz Nogueira, foram apresentou duas alternativas aos servidores. A primeira,  que voltassem ao trabalho e confiassem num compromisso pessoal de que haveria esforços para o atendimento dos pleitos, descartando a possibilidade de assinatura de uma proposta concreta. Ou, que dessem continuidade à greve e estivessem cientes de que haveria um enfrentamento por parte do governo federal, onde os servidores poderiam sair prejudicados.

Diante disso, os cerca de 200 servidores presentes fizeram uma votação junto ao sindicato, onde a maioria (com exceção de apenas um servidor) votou pela continuidade da greve, considerando que o compromisso verbal do superintendente não daria qualquer garantia de avanços concretos para a classe.

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