O corte de R$ 38 milhões no orçamento da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), por parte do Ministério da Educação, é alvo do repúdio dos amazonenses, professores, estudantes e servidores da instituição.
Nesta terça-feira (07), na Assembléia Legislativa do Estado (Aleam), durante a visita de dezenas de professores da rede pública estadual de ensino, que pedem aumento salarial de 15%, o deputado Serafim Corrêa (PSB) reverberou a insatisfação da sociedade amazonense sobre a decisão do governo de Jair Bolsonaro.
“O corte de 30% em todas as universidades brasileiras federais é algo inimaginável. É algo que merece o nosso repúdio. Isso é a mais absoluta falta de noção com o que é necessidade da educação para nossa vida e para o nosso futuro. O maior problema de não absorção no mercado de trabalho é a falta de qualificação e se nós deixarmos de investir nas universidades federais, cada vez menos nós teremos profissionais habilitados e teremos maior número de desempregados”, defendeu o líder socialista na Casa legislativa.
Serafim Corrêa disse ainda que é a favor da luta dos professores e que a greve é um direito legítimo do trabalhador.
“Ninguém pode se manifestar contra a greve, ela é um direito legítimo do trabalhador. Com todo respeito pela decisão judicial, mas no meu entender, não adianta levar a questão para o lado jurídico, para o lado econômico ou financeiro, quando o fato político é maior. A política no Brasil vem se criminalizando nos últimos anos, o que é muito ruim para qualquer entendimento. Meu apoio aos professores e meu voto e meu desejo que tudo se resolva”, explicou.
O deputado acredita que o diálogo entre os poderes, no que chama de “Pacto de Governança”, é de fundamental importância para solucionar o problema.
“A minha posição é muito clara. Sou a favor da luta dos professores. Entendo que ao longo da vida dei provas disso. Na última oportunidade quando estiveram os professores, fiz um apelo para que o diálogo avançasse e fosse quebrada aquela resistência, por parte do Governo do Estado, de não oferecer àquela contraproposta (4,74%). A contraposta oferecida aos professores não os agradou, mas esse passo do governo, já reflete num muro que foi quebrado”.
Para Serafim, a presença do presidente da Assembleia, deputado Josué Neto (PSD), no diálogo entre governo e professores, previsto para esta tarde, é fundamental para um entendimento.
“Hoje, o governador concordou em receber os professores, coisa que, ao meu ver deveria ter feito antes do movimento começar, com a exposição de números e dados, o que até teria evitado esse movimento de greve. Todos [deputados] aqui, unanimemente, entendem que a presença do deputado Josué vai fazer muito bem a esse diálogo. Ele haverá de ter habilidade para intermediar e conduzir essa reunião de tal forma que possamos chegar a um entendimento e possamos concluir este assunto”, finalizou Serafim.
O reitor da UFAM, professor Sylvio Puga, que está em Brasília para tentar negociar uma alternativa com o Ministério da Educação (MEC), disse que a a medida afeta universidades e institutos federais em todo o país.
Em São Gabriel da Cachoeira, região de fronteira com a Colômbia, alunos do Instituto Federal do Amazonas (IFAM) no município protestaram contra a medida, durante a visita do ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República, general Carlos Alberto Santos Cruz, ao Amazonas. Na cidade.o ministro se reuniu com o governador Wilson Lima para tratar de vários assuntos de interesse do Estado.