Semana Santa: missa marca a unidade da Igreja com a bênção dos Santos Óleos e a renovação das promessas sacerdotais

A Igreja de Manaus esteve reunida na manhã da Quinta-Feira Santa (17/4) para celebrar com fervor e em espírito de profunda oração a Missa Crismal que insere os cristãos no mistério da unção e do envio. Durante a missa, presidida pelo arcebispo, Cardeal Leonardo Steiner, foram abençoados os Óleos dos Enfermos, dos Catecúmenos e do Crisma, usados ao longo de todo o ano pelos padres ao ministrarem os sacramentos nas diversas comunidades da Arquidiocese de Manaus. Também foi momento de reunir o clero diante de seu pastor, o arcebispo de Manaus, para renovar o compromisso presbiteral, as promessas feitas durante a ordenação e o  compromisso de servir a Jesus Cristo.

No momento inicial, em breve acolhida, Dom Zenildo Lima, bispo auxiliar da Arquidiocese de Manaus, explicou o sentido desta missa que celebra a unidade da Igreja e também está inserido no contexto que nos foi apresentado durante todo o período quaresmal através da temática escolhida para a Campanha da Fraternidade e também do Jubileu 2025 em que o santo papa convoca a todos a serem Peregrinos de Esperança.

“Costumamos chamar esta missa, de missa da unidade, uma vez que os ministérios ao redor do ministério do bispo que nos preside, favorecem essa experiência da celebração. A celebração deste ano, desta manhã da quinta-feira santa se reveste de particular significado: nós estamos celebrando o ano jubilar, o jubileu da esperança. Cristo é a chama viva da nossa esperança. A nossa missa dos santos óleos se insere no contexto quaresmal em que a igreja celebra com júbilo, mas também são chamados à conversão com a campanha da fraternidade, que convida homens e mulheres, sobretudo a nós cristãos, a revermos a nossa relação com a realidade, o mistério, a pessoa de Deus, o sagrado, a nossa relação com homens e mulheres e com toda a realidade criada, somos chamados a conversão, somos chamados a mudança das nossas vidas”.

O arcebispo, Cardeal Ulrich Steiner, destacou o real motivo desta celebração que é recordar aos padres e diáconos as promessas que fizeram no dia da ordenação e para abençoar os óleos usados em sacramentos. “Estamos reunidos como igreja para celebrarmos o mistério da renovação das promessas sacerdotais, voltarmos à Nazaré e nos encontrarmos com primeiro dom que recebemos, e hoje especialmente para benzermos os óleos dos catecúmenos e enfermos e consagrarmos o óleo do santo Crisma, para que a igreja seja cristificada com os óleos”, destacou Dom Leonardo.

Em sua homilia destacou a necessidade do clero visitar as origens para entenderem e reafirmarem o ministério sarcedotal. “Voltamos a Nazaré com o desejo de sermos continuamente gerados, como que regenerados, e crescermos, nos plenificarmos na nossa vida, missão e ministério. As nossas mãos, queridos irmãos-padres, foram ungidas depois do Espírito repousar sobre nós para abençoar, bendizer, ungir. A ungir com o espírito que concede rebento o novo, onde a vida parece ter secado. A esperança onde o sofrimento e a morte parecem destruir a nossa humanidade.[…] Voltar à Nazaré para escutarmos mais uma vez que o Espírito do Senhor está sobre nós, porque nos consagrou com a unção, para sermos anunciadores, proclamadores da Boa Nova, transformante e redentora, que traz esperança para os pobres. Proclamar a Boa Nova que liberta os encarcerados e os ensimesmados, presos em si mesmos, capazes, incapazes de amar”, destacou o arcebispo de Manaus.

Dom Leonardo insistiu na importância de voltar para Nazaré para escutar a boa nova, recordar sua missão presbiteral e renovar as promessas sacerdotais para celebrar o memorial de Cristo que salvou o mundo tendo que passar pela Cruz. “Voltar a Nazaré, escutar a Boa Nova, que abre horizontes, deixa ver, compreender, contemplar, admirar aquela Boa Nova que tomou conta do nosso ser presbítero e que liberta os oprimidos, os destruídos, os presos nos espíritos, os mudos e desencaminhados. Voltar a escutar a palavra que o Espírito faz presença de graça, pois um verdadeiro jubileu da esperança. Em Nazaré, nos encontramos para renovar as nossas promessas sacerdotais, pois celebramos o memorial de uma pertença, fomos cristificados. ‘Fazei isto em memória de mim’: memorial que antecede a cruz salvadora. Na participação do memorial, somos ordenados para memorar, para fazer a memória de Deus. O memorial que fazemos com as comunidades é, ao mesmo tempo, memória da história salvífica, a história de um povo, o povo de Deus, mas também a nossa história pessoal, por pura benevolência de Deus para conosco. A memória do encontro com Deus, que toma a iniciativa, que cria e salva, que nos transforma. A memória da Palavra que inflama o coração, transforma o coração, purifica, cuida e alimenta”, destacou

Afirmou que Nazaré é o lugar do nascer de Cristo Jesus, o lugar da concepção da missão de seguidores e seguidoras de Jesus, sendo este um lugar que precisa ser revisitado para refletir sobre o que tem realizado até o momento, e participar do mistério amoroso e salvífico que renova a face da terra. “Somos todos seguidores e seguidoras de Jesus que fazem memória, deixando-nos guiar pelo memorial em que é a nossa vida e buscamos despertar para esse memorial do amor no coração dos irmãos e irmãs. Somos nós realmente memória de Deus e visibilizamos Deus? Procedemos verdadeiramente como animadores esperançados que despertam nos outros a memória de Deus que inflama e transforma o coração? Ou está Deus esquecido porque preocupados demais com nossa religião de normas e preceitos. Todo discípulo missionário, todo discípulo missionário faz memória e é memória de Deus. Memória de Deus se é uma relação cotidiana, graciosa com ele e com o próximo. Se somos mulheres e homens de fé que confiam o filialmente em Deus e colocamos nele a nossa segurança e esperança, se somos pessoas de amor, de consolo, que vemos a todos como irmãos e irmãs, também as criaturas. Se enfrentamos as dificuldades com paciência e perseverança, as provas, os insucessos com serenidade e esperança, como fez Jesus crucificado e ressuscitado”, afirmou.

Por fim, agradeceu o serviço e dedicação , especialmente em quer cumprir a missão recebida mesmo diante de dificuldades e grandes desafios. “Queridos irmãos presbíteros, nós bispos e as comunidades agradecemos a vida e o ministério que cada um recebeu e por servirem as nossas comunidades. Louvamos e bem dizemos e agradecemos a disponibilidade, a fidelidade, a prontidão, a presbiteralidade que nos faz com a igreja ser memória de Deus. Grato pelo cuidado e acolhimento junto as comunidades, famílias, doentes, jovens, idosos e crianças. Agradeço mais uma vez a vida de oração de cada um. A vida de estudo de cada um, mergulhar nas profundezas do mistério da fé, as horas que estão diante de Jesus em vocês, é a nossa igreja que silencia, se torna receptiva e reza. Agradecemos a Deus por serem homens que vivem de maneira simples, sabem como dividir as dores, as alegrias, serem uma presença de esperança e santidade, afirmou.

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