Começaram nesta terça-feira (1°/04), as atividades que marcam a Semana de Conscientização do Transtorno do Espectro do Autismo em Manaus.
A programação, promovida pela Prefeitura de Manaus, se estende até sexta-feira (4), e é especial para alunos e frequentadores do Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal Araújo.
Estão incluídos passeios e atividades recreativas, em diversos pontos da cidade, além de uma feijoada beneficente, no próximo sábado (12) de abril, no Clube Municipal.
O Complexo Municipal de Educação Especial André Vidal Araújo, localizado na esquina da Rua Penetração com a Maceió, na Vila Amazonas, Parque Dez, zona Centro-Sul, é mantido há sete anos, pela prefeitura da capital.
O espaço atende a 420 alunos especiais, dentre eles aproximadamente 180 autistas e, além de agregar uma escola, desenvolve diversos programas de estimulação da aprendizagem e de educação inclusiva.
O complexo municipal é coordenado pela Gerência de Educação Especial da Secretaria Municipal da Educação (Semed) e, apesar de o público-alvo ser de alunos de educação especial do município, o atendimento aos autistas tornou-se sua maior referência e hoje é destaque na cidade de Manaus.
Os 180 autistas se dividem entre alunos da escola municipal de educação especial, que leva o mesmo nome do complexo, e crianças atendidas pelos programas voltados à estimulação essencial, estimulação da aprendizagem em dois níveis e multiprofissionais.
A gerente do complexo, Reni Formiga, explicou que, no local, há o acompanhamento necessário aos portadores de autismo, desde os primeiros meses de vida, realizado por uma equipe completa.
Dificuldades de interação social, problema de comunicação e comportamento restritivo e repetitivo são os principais indícios do autismo. Por isso, cada vez mais, a divulgação de informações sobre a Síndrome do Espectro Autista ajuda a desmistificar o rótulo de doença, fazendo com que a sociedade entenda mais o problema e deixe de lado o preconceito.
A técnica de enfermagem Cristiana de Oliveira Brandão detectou o autismo no filho Cristiano antes que ele completasse dois anos.
Após obter informações, levou o menino ao Complexo André Vidal Araújo para passar por uma avaliação e, aos dois anos de idade, começou o programa de estimulação essencial, com uma psicopedagoga, em um atendimento individual. De acordo com Cristina, ela teve choque, ao receber a notícia de que o filho era autista.
Hoje, aos quatro anos, Cristiano já interage e começa a se comunicar com poucas palavras, estampando um sorriso que representa o começo de sua vitória.
Paralelo às atividades no complexo, Cristiano estuda no Centro Municipal de Educação Infantil Padre Cláudio Dalbon, Cidade Nova, zona Leste e, segundo a mãe, é na escola que o preconceito com o transtorno do filho fica mais evidente.