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Zika vírus pode ser transmitido por meio da saliva e urina, afirma Fiocruz

Descoberta é anunciada dias depois de EUA confirmarem suspeita de contágio por meio de relação sexual no Texas; pesquisador dá conselhos às gestantes: “Melhor não beijar”

O mosquito Aedes aegypti, responsável pelas transmissões da dengue, zika vírus e chikungunya
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O mosquito Aedes aegypti, responsável pelas transmissões da dengue, zika vírus e chikungunya

Depois de cientistas norte-americanos descobrirem uma possível contaminação por zika vírus ocorrida por meio de relação sexual, a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) anunciou, nesta sexta-feira (5), que a preocupação com a doença transmitida pelo Aedes aegyptideve ser ainda mais elevada a partir de agora.

Presidente da fundação, Paulo Gadelha afirmou que pesquisadores encontraram evidências da presença do zika na saliva e urina de um paciente, elevando o alerta à população às vésperas do feriado prolongado de carnaval, que se inicia neste sábado (6).

Ainda não há, no entanto, confirmação de que as transmissões por esses meios possam de fato ocorrer, já que são necessárias mais pesquisas para confirmar a possibilidade. O alerta é principalmente para gestantes, cujos fetos podem se tornar microencefálicos caso elas sejam infectadas pelo vírus.

Confira os cuidados que a pessoa deve ter para evitar o zika vírus:

A melhor forma de combater o zika vírus é eliminar o mosquito transmissor da doença: o Aedes aegypti. Ou seja, é preciso acabar com todos os possíveis criadouros do Aedes.. Foto: iStock
As grávidas, mesmo no verão, devem usar roupas compridas, para que o mosquito Aedes aegypti não entre em contato com a pele. Foto: BBC (arquivo)
É preciso também evitar se expor a grandes áreas, principalmente lugares com jardins e mato, onde o mosquito pode se proliferar mais.. Foto: Divulgação
Outra forma eficaz de se prevenir contra o Aedes aegypti é passando o repelente. Aqueles que têm Icaridina e DEET são os mais eficientes.. Foto: iStock
Além disso, fique esperta com o tempo de duração do repelente. É preciso reaplicar algumas vezes ao dia para não ficar desprotegida. Foto: iStock
O mosquito costuma picar mais no início da manhã e no fim da tarde, então o ideal é ficar dentro de casa nesses períodos do dia.. Foto: Divulgação/CCBM
Prefira roupas claras. O Aedes aegypti tem fotofobia, ou seja, aversão à luz, então as roupas claras são as mais indicadas para quem quer evitar a picada do mosquito.. Foto: Getty Images
Também é importante, com a ajuda de uma esponja, limpar os potinhos de água de seus bichos de estimação duas vezes por semana. O Aedes aegypti pode depositar ovos nas suas laterais. . Foto: iStock
Instale telas de proteção e mosquiteiros na sua casa, para evitar picadas do Aedes aegypti. Foto: iStock
Fuja de perfumes fortes: odores mais concentrados atraem o mosquito . Foto: Divulgação

“Avançando a evidência potencial de outra via de infecção se coloca algumas cautelas que devemos chamar atenção para a populacão, principalmente em contato com as gestantes. É importante que elas e as pessoas em seu entorno tenham cuidados adicionais”, explicou o pesquisador em coletiva de imprensa, realizada no Rio de Janeiro.

“O melhor é não beijar e, claro, evitar situações que dizem respeito a aglomerações. O carnaval é repleto de aglomerações, pessoas escarrando no chão, para os lados. Assim, você tem a possibilidade de ter contato com a saliva e, mesmo que não possamos garantir a infecção, é uma cautela essencial.”

O que os especialistas ainda não sabem responder é se, a partir do momento em que entra no organismo de uma pessoa por meio do beijo, o zika sobreviverá ao suco gástrico, líquido muito ácido presente no estômago.

A Fiocruz ainda afirma não existirem evidências científicas de que o vírus se replicaria nas vias aéreas, como ocorre com a gripe. Em casos de ferimentos nas mãos ou boca, os pesquisadores sinalizam que o risco pode ser maior, já que o zika poderia entrar na corrente sanguínea com maior facilidade.

“Para nós, cientistas, está sendo algo extremamente desafiador entender o zika”, apontou Myrna Bonaldo, chefe do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). “Vamos tomar cuidado, sempre enfatizando que estas podem ser cautelas provisórias, mas importantes.”

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