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Lisca absolve Vasco após atuação ruim: “Tivemos muito desfalques, mais importante foi somar três pontos”

O Vasco não jogou bem em São Januário, mas venceu o Vila Nova por 1 a 0 e dormiu no G-4 da Série B – para seguir na quarta colocação, seca CRB, Sampaio Corrêa e Botafogo, que ainda entram em campo nesta rodada. Após a partida, o treinador Lisca minimizou a atuação vascaína e valorizou o resultado.

– Hoje estávamos com muitos desfalques. Bruno, Morato, o Castan saiu, o Cano, o Daniel… Hoje acho que não dá para reclamar muito da vitória, tem jogos em que você não vai poder jogar muito. Vai ter essas dificuldades todas que relatei, mas vai ganhar o jogo. O mais importante foi somar os três pontos na nossa briga pelos 64, que acho que vai nos dar o acesso. Diminuímos mais três e vamos em frente para buscar tentar fazer uma grande partida com o Remo. Sentimos a falta do Morato, do Bruno, do Daniel, do Cano, a saída do desfalque. São muitos desfalques, e eu estou muito feliz com a vitória.

Lisca, Vasco x Vila Nova, Série B — Foto: Alexandre Durão

Lisca, Vasco x Vila Nova, Série B — Foto: Alexandre Durão

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Panorama do jogo e substituições

– Primeiro tempo foi o jogo que a gente esperava, o Vila muito retraído, mas muito bem organizado defensivamente nos padrões de marcação, no aperto da bola e na indução de espaço. Muito difícil de entrar na linha de cinco deles. Alesson e Henan baixavam muito a linha, tínhamos de construir muito em espaço muito pequeno entre linhas e ser muito assertivo em tabelos. Agredimos o tempo inteiro, acho que fomos premiados com o gol no finalzinho pela iniciativa. Permitimos poucas transições ao Vila, que era a proposta dele.

– Tive que substituir o Castan e já queimei uma troca. No segundo tempo, as pessoas dizem que o treinador traz o time para trás, mas na verdade o Vila mudou muito bem. O treinador deles botou um meia, tirou um volante. Entrou no nosso campo e agrediu no 4-2-31. Aí entra aquela história do boxer. No primeiro tempo, a gente bateu, agrediu, e eles não se desgastaram tanto. Ficaram mais posicionais, com pouca transição.

Mudança do Vila na etapa final

– Quando vieram no segundo tempo e agrediram, a gente sentiu um pouco. Tivemos de recolher o time automaticamente. Passamos a jogar com duas linha de quatro com Figueiredo e Sarrafiore por dentro, Marquinhos e Jabá são muito atacantes.

Mudança de estratégia

– As trocas hoje foram mais para sustentação do que agressão, não conseguimos realmente manter o nível por estratégia muito em função do adversário. O Cayo tem um poder de sustentação muito maior do que o Pec. Eles tinham o Formiga muito alto lá. Naquela parte do jogo, tínhamos que sustentar e transitar. Eles começaram a trabalhar com bolas mais longas. Pensei muito mais na contenção com Cayo e Matías (Galarza).

– Juninho sentiu o cansaço, estava muito bem na partida. São muitos jogos, viagens. Jogo com o São Paulo nos cansou muito com dois a menos. Gostei demais do Andrey quando entrou no lugar do Juninho, trouxe Figueiredo por dentro e Jabá depois.

Pec pode jogar contra o Remo e chance de Bruno Gomes voltar

– Tenho certeza que Arthur e Pec vão nos ajudar demais. Talvez Pec já tenha oportunidade em Belém, como o Ernando voltou hoje. Romulo participou muito bem nesses dois jogos com experiência, posicionamento e bola aérea, mas nós temos a expectativa da volta do Bruno (Gomes). Tivemos muitos desfalques, mas hoje acho que não dá para reclamar muito da vitória. O mais importante foi somar os três pontos na nossa briga pelos 64. Diminuímos mais três e vamos em frente para buscar mais vitórias.

– Hoje estávamos com muito desfalques. Bruno, Morato, o Castan saiu, o Cano, o Daniel… Hoje acho que não dá para reclamar muito da vitória, tem jogos em que você não vai poder jogar muito. Vai ter essas dificuldades todas que relatei, mas vai ganhar o jogo. O mais importante foi somar os três pontos na nossa briga pelos 64, que acho que vai nos dar o acesso. Diminuímos mais três e vamos em frente para buscar tentar fazer uma grande partida com o Grêmio.

Não adianta entrar no G-4 agora

– Não adianta nós entrarmos no G-4 agora e na 38ª rodada não estarmos. Isso é um detalhe. Agora sempre é um alento legal para a torcida, um alento legal para a minha chegada. Nos últimos 12 pontos, fizemos nove. O aproveitamento é muito alto. Se mantivermos esse aproveitamento, vamos subir com cinco rodadas de antecedência. Mas é muito difícil você fazer 75% de aproveitamento. Hoje o líder, se eu não me engano, tem 60%.

Mas já estamos entre os quatro nas últimas 10 rodadas. Avaí, Goiás, nós e o CRB. Nós empatados com o CRB em terceiro. Já estamos também no G-4 como mandante, mas como visitantes estamos em 11º. Estamos quase no G-4 dos melhores ataques, estamos em quinto ou quarta. Mas como defesa menos vazada, estávamos em 10º ou 11º e foi positivo não levar gols nos últimos dois jogos. É bem legal, dá confiança apesar das trocas que fomos obrigados a fazer.

Morato estava muito assertivo, e o Cano também, não menosprezando os jogadores que entraram, mas são jogadores muito experientes e que nos fizeram grande falta. Dani fez uma grande falta.

Parabéns a Figueiredo com um palavrão e análise de garotos

– Parabenizar o Figueiredo, que sacrificou-se na função, correu pra c… Desculpa, correu pra caramba. Ia falar caramba e saiu o carvalho. Desculpa, foi força do hábito. O Pássaro está se matando de rir, mas foi sem querer.

– O Cayo entrou ainda um pouquinho, podia ter entrado melhor. MT entrou brigando, ajudou na bola parada. Foi um jogo de superação, de superação de desfalques. E valeu pela entrega, é muito jogo em cima do outro. Time competente, bem organizando dentro daquilo que queria no primeiro tempo. Bem organizado na segunda proposta do primeiro. Então foi uma vitória bem interessante para nós.

Cano faz falta

– Desde que chegou aqui, converso muito com ele para cada vez mais ele participar da construção, de entrar nos pivôs e de ser a nossa referência para achar um homem livre no pivô ou no retorno. No início, estava meio receoso, mas os últimos três jogos foram muito bons, com números altíssimos de alta velocidade e muita entrega. Contra o Vitória, fez mais de 700 metros a mais de 20 km/h. Muito participativo nas ações, e isso que eu queria dele. De ele conseguir passar para a equipe e fazer com que ela seja forte coletivamente, e isso vai melhorar para ele também.

– Ele me disse isso também, que precisa de mais organização, de mais atenção e leitura dos caras. Mais importante é que veio muito forte na construção. Ele não é aquele 9 que fica enfiado na área, ele precisa atrair zagueiros para abrir nos espaços, construir jogadas para os companheiros, como fez aquele passe para o Jabá em Salvador.

– Assistência é muito importante para o centroavante também. Realmente ele faz muito falta. Além dele, o Daniel, que é o nosso substituto natural. É difícil o Cano sair, ele não gosta de ser substituído. Sentimos falta dele e Daniel. Usamos o Figueiredo, que é mais de extrema, não tem tanta experiência da função.

Queda do Vasco na etapa final

– Foi mérito do Vila pela mudança de postura e tática. Botou jogadores no nosso campo, passou ao 3-4-3, depois foi para o 4-2-3-1. Depois colocou dois atacantes enfiados, tanto que coloquei o Romulo quase como um terceiro zagueiro. Fizemos quase que uma linha de cinco. O que eles fizeram no primeiro tempo nós fizemos no segundo. Faltou qualidade para a gente contra-atacar.

– No primeiro tempo, a gente circulou muito. A leitura da mudança do adversário os nossos jogadores precisam ter. Tivemos uma queda no segundo tempo no aspecto físico porque agredimos muito no primeiro tempo. Acho que foi uma queda nossa, uma leitura melhor do jogo e um aproveitamento melhor das transições.

O que tirou desses primeiros jogos de Vasco

– Estamos trabalhando uma nova maneira de pensar o jogo. Hoje o Vasco não corre mais tanto individualmente, e eu não estou criticando ninguém. Falo do que estou vendo. Tenho tentado acrescentar na nossa equipe a movimentação de abertura e preenchimento de espaço. Agressividade no último terço. A parte mental trabalhamos demais, muito vídeo, muita conversa, pouca tática e pouco treino.

– Daniel foi fazer trabalho de força e acabou sentindo. Assim como treinador baixa, os funcionários do clube também têm de se adaptar. Bolas paradas temos trabalhado pouco. Hoje era muito difícil porque o (Rafael) Donato foi meu jogador no Joinville. Você precisa ir no corpo dele. Ele teve duas chances e em uma delas ele conseguiu se antecipar ao Vanderlei.

Reapresentação nesta quarta de manhã, dia em que o Vasco viaja para Belém

– Todo tempo que posso tento acrescentar algo à minha equipe. Temos muito trabalho da minha comissão e da comissão do clube. Amanhã o G1 e o G2 (time titular e reserva) já se reapresentam às 10h30. Amanhã não vamos nem treinar direito. Treinamos quinta em Belém.

– Temos vários desfalques para o jogo. Tem sido importante porque eles têm entrado não só no início das partidas. Entrou o MT também. Cayo já tinha entrado. Romulo já vem iniciando o jogo, tem um biotipo diferente e mais de estatura. Não é tão móvel, mas muito assertivo no posicionamento.

– Mostramos aos jogadores que tudo é um processo. É uma competição “tu contigo mesmo”. Ainda faltam 36 pontos para chegarmos a 64 pontos. São 12 vitórias e ainda faltam 21 jogos. Temos que vencer mais da metade para conseguir o acesso. Já conseguimos encostar no pelotão da frente.

“Vasco sofre demais nas derrotas”

– Nem tão ao céu na vitória, nem tão ao inferno na derrota. O Vasco é um clube que sofre demais na derrota. Quando perdemos para o Botafogo, parecia que tinham morrido 30 parentes meus. Temos que ter um meio-termo, mas eu gosto de clube passional, de amor, de torcida. Fui criado num clube assim, passei por outros também com essa característica.

Vanderlei em alta

– Vanderlei foi muito bem, uma liderança muito positiva e uma postura muito profissional. Está nos dando muita credibilidade e confiança na Série B. Tem o Halls, que tem trabalhado bem, e o Lucão, que está voltando agora. Estou muito feliz com o que Vanderlei faz dentro e fora de campo. É um profissional que eu não conhecia, e ele está de parabéns. Para fazer o gol nele, tem que caprichar. Quando botam na gaveta, ele vai buscar. Estou muito satisfeito com ele. Hoje não tomamos gols de novo.

Defesa desde o campo de ataque

– Hoje é sistema defensivo, que começa desde lá na frente. Se ataque não fechar a perna do zagueiro, se o meia não jogar sem a bola. Talvez mais para frente a gente volte para a marcação individual. Na Série B, se a gente tiver mais próximo… Tudo é detalhe e trabalho, mas a rapaziada está de parabéns.

Elogios à comissão

– A aceitação da nossa comissão, comigo, Márcio e Cauan, é muito boa. Vou pontuar o nosso nutricionista hoje. O Paulinho é muito bom, esse cara é diferente. Nosso departamento médico é muito bom, eles são muitos participativos. Às vezes os caras têm muitas coisas para fazer fora. Doutor Caldeira e sua equipe. Os caras vão no almoço, vão na janta, vão no pré-treino, passam informação.

– Doutor me passou uma mensagem muito legal depois do São Paulo. O Paulinho é diferente, deve ter uns três Paulinhos no Vasco. Ele tá no CT, no hotel, não vai embora. Tem a comida do Seu Maurício. Que comida caprichada. Encontrei muita coisa boa no Vasco. Paulinho dá o Gatorade, a água, o suplemento… Quero parabenizar o Paulinho. Você é um profissional top na palavra.

Longa análise sobre a base, iniciando sobre MT e Andrey

– Acelerar as ações dele, Andrey já entrou acelerado e assertivo. Lá em Salvador é difícil a você adaptar à agua, a tirar da poça e pode acabar entrando devagar. MT eu gosto demais, faz várias funções. Ele precisa acelerar as ações, ser mais dinâmico. Ele está treinando.

– Juninho e Miranda, eu sabia que não teria problema de dar oportunidades a eles. Eu não posso dar oportunidades a todos. Na zaga, é a galera mais experiente. Na frente tem a garotada. Sempre gostei dessa mescla. Caio Lopes está treinando muito bem, estou louco para dar uma oportunidade.

– Estou louco para colocar o Pec de novo no time, jogador muito interessante. Arthur entrou comigo nos dois jogos, ele pecou contra o São Paulo, conversamos sobre essa situação. Ainda não pude integrar tanto com o sub-20. Se eu conseguir passar essa barreira e de repente ficar por um médio a longo prazo no Vasco, nós vamos dar retorno esportivo e financeiro muito grande para o Vasco.

– O Bruno eu tenho certeza que aumentou bem seu valor de mercado. Isso é bom para o Vasco. Isso tem no meu contrato de trabalhar com a base, fomentar a base. Nunca tive isso no meu contrato e gostei demais. Sempre fiz isso naturalmente e vou cumprir com isso. Com calma, vamos achando e vamos promovendo. Isso posso falar que sei fazer. Revelei Pato, Kaká, Fábio Rochemback, Luiz Adriano, Lucas Leiva…

Opções para as laterais com desfalque de Léo Matos

– Temos Tenório e mantemos Zeca na esquerda. Ou podemos trocar Zeca de lado e botar o MT. Temos possibilidade de três zagueiros com Ernando, Miranda e Ricardo.

– Ricardo se reapresenta amanhã com o grupo. Ricardo foi campeão olímpico, valorizou demais essa convocação, o que é muito bom para o clube. Agora está na hora de voltar pra casa e mostrar o seu trabalho.

– A partir de amanhã, eu, Cauan e Márcio vamos pensar bem, analisar o time do Remo. Eles têm uma comissão muito forte com o Felipe, de quem eu peguei o trabalho no América.

Juninho pode ser camisa 10 contra o Remo?

– Juninho como 10 eu acho difícil, acho que ele é um 8 da antiga, aquele ponta de lança que entra na área. Nosso 10 não joga tão centralizado, a gente joga quase como uma linha de três no meio. Ele e o Sarrafiore têm características parecida. Como ficamos sem Morato, queríamos uma combinação técnica mais próxima. A gente inverteu Jabá com Marquinhos. Estávamos preocupados com a recomposição dos alas porque o Marquinhos balança.

– Podemos jogar com Bruno e Juninho juntos. Bruno pode jogar mais avançado, como um meia pelo lado direito, um 8 mais tradicional. Hoje o Sarrafiore sentiu mais o ritmo, na Bahia ele competiu demais. Esse encaixe de Marquinhos com Sarrafiore não achamos a profundidade ideal. Se tivemos dificuldades, foi muito mais demérito meu do que dos meninos. Sentimos a falta do Morato, do Bruno, do Daniel, do Cano, a saída do desfalque. São muitos desfalques, e eu estou muito feliz com a vitória.

Aniversariante da madrugada: Lisca faz 49 anos

– O maior presente que tenho hoje é ser treinador do Vasco. Meu presente eu já ganhei com antecedência quando o Pássaro foi em Porto Alegre me contratar. Minhas filhas e minha mulher estão aqui. Amanhã já viajo para Belém, mas minhas filhas aproveitaram o Dia dos Pais. Amanhã vou ver se dou um mergulho com minhas filhas porque a Praia da Barra está linda. Estou com 49 anos, há pouco eu era um molequinho. Antes eu era sempre o mais novo, hoje sou o mais velho. A vida é feita de momentos. Tem muito problema, mas a vida tem muita coisa boa. Um dia esse trabalho vai terminar, um dia vou embora do Vasco, mas quero fazer valer a pena. Essa é minha mensagem de aniversário. O que fica da vida são os momentos. Agora deixa eu ir para casa dar um beijo na minha esposa.

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