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Especialista expõe pesquisas sobre Zika a profissionais de saúde do AM

Professor Almicar Tanuri, da UFRJ, apresentou resultados de estudos.
Encontro ocorreu nesta quarta (24), na Fundação de Medicina Tropical.

Palestra reuniu corpo clínico e alunos da residência médica da Fundação de Medicina Tropical (Foto: Jamile Alves/G1 AM)Palestra reuniu corpo clínico e alunos da residência médica da Fundação de Medicina Tropical (Foto: Jamile Alves/G1 AM)

Um dos maiores especialistas em genética de vírus do Brasil, o professor Almicar Tanuri esteve em Manaus, nesta quarta-feira (24), para apresentar as pesquisas desenvolvidas sobre o Zika Vírus a profissionais de saúde do Amazonas. Durante a sessão clínica, Tanuri explicou que existem mais dúvidas que respostas sobre o vírus. Segundo ele, a melhor forma de prevenir a doença ainda é impedindo a proliferação do mosquito transmissor.

Tanuri integrou o grupo de cientistas que detectou, pela primeira vez no país, a presença do vírus Zika em líquido amniótico e no cérebro de bebês. O encontro ocorreu na Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e reuniu o corpo clínico e alunos da residência médica da instituição.

Ao longo da palestra, Almicar Tanuri expôs as características moleculares e virológicas do vírus da Zika. Ele ainda apresentou os resultados de pesquisas nacionais e internacionais, necessárias para potencializar as medidas adotadas para combater a doença no estado. “O objetivo é discutir isso junto a comunidade médica. Com certeza a ênfase maior de hoje é para o papel do vírus nas microcefalias”, disse.

Ao G1, ele contou que ainda há muito o que descobrir sobre o vírus Zika em relação aos casos de microcefalia. “Realmente hoje a gente sabe que o vírus tem a capacidade de causar essas lesões, mas a gente não sabe ainda qual a taxa das gestantes que têm os filhos afetados. Nós pretendemos fazer uma pesquisa para saber por que algumas grávidas têm os bebês afetados e outras não”, comentou.

Segundo Tanuri, a pesquisa deve ser realizada por um grupo especializado em genética, que deverá estudar se uma possível variação genética do hospedeiro pode bloquear a infecção do vírus. Além disso, ele acompanhará o resultado dos exames feitos em gestantes doAmazonas que, mesmo infectadas pelo Zika, não confirmaram casos de microcefalia.

Boletim
Conforme o 20º boletim epidemiólgico da Secretaria Municipal de Saúde (Susam), foram registrados 597 casos suspeitos da doença em Manaus. Desse total, 55 foram confirmados, sendo 17 em gestantes. No entanto, Manaus permanece sem registro de microcefalia em bebês por associação à infecção.

Os casos investigados devem passar por uma triagem, conforme o presidente da Fundação de Vigilância Sanitária (FVS), Bernardino Albuquerque. “Nós não faremos exames em todas as pessoas que apresentarem sinais e sintomas de Zika vírus. Nós vamos ter que fazer uma triagem, até porque as gestantes terão prioridades em detrimento de outras pessoas que não tenha possibilidade de complicações como as de gestantes”, afirmou.

Ainda de acordo com ele, o sistema de saúde do Amazonas se prepara para um possível caso de microcefalia. “As maternidades já estão preparadas para fazer a notificação imediata, fazer a coleta do material e hoje nós temos também, dentro da questão dos laboratórios, a Fiocruz e a Fundação de Medicina Tropical que também trabalha na rede de diagnósticos”, completou.

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