Entrevistas

Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, Lula afirma que Bolsonaro tem que parar de brigar com todo mundo e cuidar do combate à pandemia no Brasil

O ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT) que expressou, nesta quinta-feira (14/5), a solidariedade dele às famílias de amazonenses infectados ou mortos pela pandemia do coronavírus.

Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, direto de São Bernardo do Campo-SP, transmitida pelas redes sociais do ex-presidente, Lula, que é uma das principais lideranças da Esquerda brasileira, foi entrevistado pelos jornalistas Ronaldo Tiradentes e Neuton Corrêa e disse que Manaus, capital do Amazonas, “é um trágico exemplo da gravidade da situação.”

O ex-presidente disse que está em isolamento desde que voltou de uma viagem à Europa e que está se cuidando em casa. Ele afirmou que o Partido dos Trabalhadores lutou pela ajuda do governo à população atingida pela pandemia.

A Neuton Corrêa, respondendo sobre o brasil ser considerado hoje uma ameaça à América Latina por causa do avanço da pandemia pelo país, o ex-presidente responsabilizou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela “tragédia” que se abateu sobre a população. Para lula, Bolsonaro evita falar sobre o assunto por causa da gravidade da situação. O ex-presidente criticou Bolsonaro por ter bloqueado o contado com outros países mas liberou os Estados Unidos, um dos atingidos pela pandemia, “portanto, é correto que os outros país tentem se proteger em ralação trânsito de brasileiros.”

O ex-presidente comparou a situação com a guerra do Vietnã contra os Estados Unidos e disse que a guerra matou menos que a pandemia.

Lula cobrou mais ação e responsabilidade de Bolsonaro, inclusive no Interior do Amazonas, também duramente atingido pela pandemia’e criticou o negacionismo do residente. “O que Bolsonaro tem que que fazer é adotar o conhecimento científico para o combate à pandemia.”afirmou.

Para Lula, a crise econômica não como causa apenas a pandemia. “A economia vem mal das pernas desde a eleição de Bolsonaro”, disse e cobrou: “Vamos primeiro cuidar do nosso povo e depois cuidar da economia!”

O ex-presidente previu que haverá mais de 18% de desemprego, após a pandemia. “O que o Bolsonaro quer fazer é desmontar tudo que foi feito nos últimos anos no país!”, afirmou.

Lula disse, ainda, que “está convencido que o atual presidente não pode continuar no comando país”; que “ele foi eleito para respeitar as instituições e a Democracia e não ficar brigando com todo mundo. Desde a própria sombra dele à imprensa.”

Lula criticou o chamado ‘grupo dos 300’, que apoia Bolsonaro com seguidas manifestações, e denunciou que muitos são paramilitares. “A milícia bolsonarista!”

Sobre a briga entre Bolsonaro e seu ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, Lula disse que nenhum dos dois têm preparo para gerir o país e, citando o ex-ministro, aproveitou para fazer críticas ao Judiciário. “O Moro é um mentiroso e me condenou por um crime indeterminado. Ele e o Bolsonaro têm ser punidos!”

O ex-presidente, que se considera perseguido pela ditadura militar, criticou o excesso de contato de Bolsonaro com os militares e o distanciamento do povo e criticou a aproximação do presidente com o Centrão. Segundo lula, o objetivo é derrotar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, na eleição para a presidência da casa, no ano que vem. Lula voltou a afirmar que Bolsonaro tem que concentrar  no combate ao coronavírus.

Falando sobre a troca do então superintendente da Polícia Federal, Paulo Lacerda, no governo dele, Lula negou que tenha interferido no trabalho da Polícia Federal, Ministério Público e outras instituições. E citou uma operação da PF na casa do falecido irmão, na qual procurou “não se meter no assunto. A PF é uma instituição de Estado e não uma polícia do presidente!”.

Sobre as queimadas na Amazônia em época de pandemia, Lula foi irônico e disse que todo mundo sabia do discurso do Bolsonaro sobre a Amazônia e outros temas e aventou uma possível relação da pandemia ao trato dispensado à floresta amazônica.

Sobre o movimento que prega a volta dos militares, o ex-presidente disse seria uma volta do nazismo, como na Europa. “Esse tipo de manifestação deve ser proibido!”, afirmou.

Em relação ao desempenho do atual presidente, Jair Bolsonaro (sem partido), Lula afirmou que, “Num país do tamanho do Brasil, o presidente tem de buscar tratar todo mundo bem!”

Destacou os investimentos do governo dele no Amazonas e o tratamento dado pelo governo do PT ao Estado. O ex-presidente disse também que tem muita saudade de Manaus e “tem fé em Deus” que voltará à capital “para comer um tambaqui.”

Falando sobre os julgamentos pendente nas Cortes de justiça do país, Lula disse que duvida que os acusadores dele durmam bem, porque saberem o que fizeram contra ele e condenou as ações do Procurador Deltan Dalagnol na Lava Jato contra ele e chamou de “denuncismo barato”. Lula desafiou os interessados a provarem as acusações contra ele. O ex-presidente disse que tem consciência das ações contra ele, mas que “dorme tranquilo, porque ainda tinha e tem muita coisa para fazer pelo país.”

Criticando a política econômica neoliberal do governo Bolsonaro, Lula afirmou: “É preciso colocar dinheiro na mão do povo, para movimentar a economia! Eles não sabem como lidar com o povo”, ensinou, arrematando. “Quem vai resolver o problema da pandemia não é o governo federal, mas os governos dos estados.”

Sobre as eleições para prefeito, Lula defendeu que o PT deve ter candidatos nas eleições, principalmente nas capitais. “Tá na hora do PT governar uma grande capital como Manaus!”

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