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Dia Mundial contra a Malária confirma mais de 1.600 casos da doença apenas este ano

 

Uma série de ações educativas marcam, nesta terça-feira (25, o Dia Mundial de Luta contra a Malária. De acordo com a Secretaria Municipal da Saúde (Semsa), em todos os Distritos de Saúde, sob a coordenação das equipes da Gerência de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Gvae), serão levadas à população informações sobre a doença, visando ampliar a adesão a medidas preventivas, ao diagnóstico precoce e ao tratamento correto da malária. As atividades seguem até sexta-feira, 28.

A Prefeitura de Manaus vai aproveitar a data comemorativa para destacar a importância do combate à malária no contexto das endemias amazônicas e a necessidade da vigilância permanente contra a doença.

O secretário municipal da Saúde, Homero de Miranda Leão, ressalta que a data, instituída pela Organização Mundial da Saúde (OMS), é oportuna para o compartilhamento de informações com a sociedade civil, visando o engajamento de todos no controle das condições de risco e na redução de casos.

“Apesar de se manter como um grave problema de saúde pública em vários países do mundo, incluindo o Brasil, onde se concentra na região amazônica, a malária é uma doença evitável e tratável”, destacou o secretário.

Ainda de acordo com Homero, no cenário estadual Manaus tem papel fundamental nos processos de combate à doença porque a cidade possui significativa receptividade entomológica e vulnerabilidade para o processo de transmissão na área rural e algumas localidades urbanas.

O secretário diz que a conjuntura sócio-econômica que, entre outros problemas, favorece a ocupação desordenada de áreas de mata, propicia a disseminação da doença e a elevação do número de pessoas que adoecem. “A Prefeitura de Manaus tem buscado conciliar ações de diversos setores públicos em favor do controle da doença, por exemplo, associando ações de saúde e limpeza urbana”.

Segundo o Sistema de Informações de Vigilância Epidemiológica (Sivep Malária), do Ministério da Saúde, em 2016 foram notificados, em Manaus, 8.476 casos de malária, número 0,3% menor que o registrado em 2015 (8.501).

Em 2017, até o momento foram notificados 1.631 casos de malária em Manaus, o que, de acordo com a Semsa, representa uma redução de 51,3% dos casos em relação ao mesmo período de 2016, quando houve 3.348 registros da doença.

Entre as principais intervenções da Semsa para o controle da malária estão o diagnóstico e o tratamento precoces com terapias medicamentosas combinadas; o uso de medidas de proteção, como telas nas portas e janelas, mosquiteiros impregnados com inseticida em áreas de risco, utilização de repelentes e roupas adequadas; além do controle químico através de pulverização residual com inseticida para controlar os mosquitos vetores.

As ações nos Distritos de Saúde incluem divulgação, orientação e educação em saúde com distribuição de material informativo, diagnóstico e tratamento da malária, busca ativa de pessoas com sintomas da doença, inquérito hemoscópico e termonebulização.

A malária é causada por um parasita denominado Plasmodium, transmitido por mosquitos fêmeas, do gênero Anopheles. Os sintomas da doença incluem febre, dor de cabeça e vômitos, que geralmente aparecem entre 10 e 15 dias após a picada do mosquito. Se não for tratada, a malária pode rapidamente tornar-se um risco de vida.

O Dia Mundial de Luta contra a Malária foi instituído pelos Estados Membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), durante a Assembleia Mundial da Saúde, na sexagésima sessão, em Maio de 2007.

Programação

No Disa Oeste, a programação relativa ao Dia Mundial de Luta contra a Malária ocorre nesta terça-feira, 25, no Parque das Tribos (Tarumã), e vai até a próxima sexta, 28, no Ramal da Grama, Ramal do Baiano II, Condomínio Vivenda do Pontal, Parque das Tribos e Cidade das Luzes.

No Disa Leste, a programação também começa na terça, 25/4, com atividades no Acampamento Coliseu e na Marina do Davi. No dia 26, as ações se concentram na Escola Municipal Manoel Antônio de Souza (Colônia Antônio Aleixo). As atividades se encerram na sexta, 28, com ações no Acampamento Coliseu, Estrada do Brasileirinho, Ramal do Ipiranga, Estrada do Brasileirinho parte II, Ramal do Km 8 parte I (Brasileirinho), Ramal do Km 8 parte II (Brasileirinho) e Comunidade Canaã (Ramal do Ipiranga).

No Disa Rural, a programação também vai desta terça, 25, até o dia 28, no Ramal Bons Amigos (KM 26 da AM 010), Comunidade Novo Paraíso, Igarapé do Mariano (Km 8 do Cláudio Mesquita), Igarapé do Leão (Km 10 BR 174), Comunidade Abelha (Rio Tarumanzinho/Fluvial Rio Negro), Nossa Senhora de Fátima (Tarumã/Fluvial Rio Negro).

Malária no Amazonas

No âmbito do Estado, o Governo do Amazonas, por meio da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), realiza hoje o 2º Seminário Estadual Alusivo ao Dia Mundial de Luta contra a Malária. O evento, que começou às 8h30, vai até às 17h, no auditório do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), na avenida Pedro Teixeira, Dom Pedro, zona Centro-Oeste, com a participação de especialistas do Brasil e do Estado para compartilhar os desafios enfrentados e discutir estratégias adotadas na incessante busca pelo controle desta doença.

De acordo com o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, entre 2015 e 2016, o Amazonas registrou uma redução de 32% com o número de casos, respectivamente de 74.309 contra 49.928, cerca de 24.381 casos a menos no mesmo período. “A redução é maior do que a meta estipulada por nós que era de 20%, porém apesar da diminuição é fundamental a intensificação das ações por meio das secretarias municipais de saúde que são responsáveis para execução dos serviços em suas localidades”, explica. Albuquerque salienta que, na contramão da redução, os municípios da calha do Alto Rio Negro apresentaram um aumento de 60% dos casos da doença: foram registrados 11.079 casos em 2015 contra 17.765 em 2016. “|Esses municípios representam o aumento de malária na população indígena e para este enfrentamento é necessária estratégia específica junto aos Distritos Sanitários de Saúde Indígena (DSEI) em parceria com as demais esferas dos governos estadual, federal e municipal”. Para o chefe de Departamento de Vigilância Ambiental (DVA-FVS), Cristiano Fernandes, a redução foi o resultado do Plano de Intensificação das Ações de Controle da Malária 2016, assinado pelos os gestores. “O Governo do Estado investiu R$ 4 milhões em equipamentos, insumos estratégicos, como, por exemplo, a distribuição de mosquiteiro impregnado, além da   capacitação técnica continuada para que as equipe de endemias fossem estruturadas nos municípios e assim conseguissem fazer uma intervenção efetiva junto a população”, diz.

Estratégias diferenciadas – O gerente de doenças transmitidas por Vetores (GDTV-Malária), Elder Figueira, explica que, a cada ano, o controle efetivo da doença exige a adoção de estratégias diferenciadas para distintas realidades. “O Amazonas  possui a maior rede de diagnóstico  precoce de malária do Brasil, e, neste seminário, iremos propor uma apresentação inovadora do protocolo de tratamento para o Ministério da Saúde, objetivando melhor compreensão por parte dos profissionais de saúde e garantir a adesão ao tratamento por parte do paciente, que muitas vezes para de usar o medicamento após a melhora dos sintomas e passa a ser fonte de infecção para vetores, gerando novos casos da doença na localidade em que vive”, destacou.

Temas – O seminário terá temas como: ”Contexto Histórico do Controle da Malária no Amazonas”, “Prevenção, Controle e vigilância da Malária: Desafios da Gestão, Estratégias para Eliminação da Malária na Região Amazônica”, “Proposta do Amazonas de Novo Esquema de Tratamento na Malária”, “Protocolo ilustrado de Tratamento de Malária, relato de experiência bem sucedida em Eirunepé”, além de homenagem a grandes personalidades do Estado no combate à endemia e o vencedor do Concurso de Fotografia.

Dados sobre malária – Cerca de 80% dos casos de malária no Amazonas são oriundos de 11 municípios. Até março de 2017 foram registrados 12.775 casos da doença, sendo que São Gabriel da Cachoeira é responsável por 2.751 casos (21,53%), Santa Isabel do Rio Negro com 1.781 casos (13,94%), Barcelos com 1.552 casos (12,15%),  Manaus com 1.486 (11,63%),  Guajará com 773 casos (6,05%), Presidente Figueiredo com 483 casos (3,78%), Lábrea    com 356 (2,79%), Coari com 355 casos (2,78%), Careiro da Várzea 270 casos com (2,11%), Humaitá com 268 casos (2,10%) e Atalaia do Norte com 246 casos (1,93%).

Sobre a data – Dia 25 de abril, o Dia Mundial de Luta contra a Malária, foi instituído pela Assembleia Mundial da Saúde em 2007, com a finalidade de reconhecer o esforço global para o controle efetivo da malária.

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