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Alta cobertura vacinal contra a Febre Amarela reduz risco de surto no Amazonas, diz FVS

Considerado área de risco para a Febre Amarela, o Amazonas mantém a cobertura vacinal nos níveis estabelecidos pelo Ministério da Saúde. De acordo com a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), mais de 80% da população do Estado é vacinada, reduzindo, assim, as chances de um surto, como vem acontecendo em Minas Gerais, Estado em que a cobertura não chegava a 50% antes do registro de mais de 800 casos de Febre Amarela de origem silvestre neste início do ano.

O diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, afirma que a doença está controlada no Amazonas, não apenas em função da cobertura vacinal, mas também porque o Governo do Estado mantém, junto com os municípios e o Governo Federal, um rigoroso sistema de monitoramento e notificação de casos suspeitos. “O Estado do Amazonas vem trabalhando, ao longo dos anos, no sentido de implementar esta cobertura. Hoje, nós temos mais de 80% da nossa população vacinada e isso, realmente, nos deixa com uma certa tranquilidade, a medida que  a população susceptível é pequena. Então, nós temos a possibilidade mínima ou quase inexistente de ocorrência de surtos ou mesmo de situações epidêmicas aqui no Estado”, afirma.

De acordo com a FVS, nos últimos dez anos, apenas sete casos de Febre Amarela Silvestre, entre 76 suspeitos, foram confirmados laboratorialmente no Estado. Ano passado, foi registrado um único caso, no mês de agosto, na área rural de Manacapuru, distante 70 quilômetros de Manaus, que não foi a óbito. Já a Febre Amarela Urbana está erradicada no Brasil desde 1942, quando o último caso foi registrado em Sena Madureira, no Acre.

“Aqui, convivemos com o ciclo silvestre, que não tem como erradicar por completo pela imensidão de florestas, pela presença dos mosquitos transmissores e dos macacos que adoecem quando são picados. É importante que se esclareça que o macaco é uma vítima, como é o ser humano, e não um hospedeiro sadio”, esclarece. 

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Ciclos da Febre Amarela – Bernardino Albuquerque explica que a Febre Amarela tem dois ciclos, um deles, o silvestre, no qual o vírus circula entre macacos na floresta, transmitido por mosquitos do tipo Haemagogus e Sabethes. O homem pode se infectar neste ambiente na medida em que, não estando vacinado, tem contato com os locais onde há circulação do vírus. No ciclo urbano, o mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue, a Zica e a FebreChikungunya, é o transmissor da doença diretamente para o homem.

O Amazonas também conta com um hospital de referência, a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) com profissionais habilitados para o tratamento e manejo dos pacientes suspeitos. É para esta unidade que os casos suspeitos devem ser encaminhados.

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Prevenção – A vacina contra a Febre Amarela é disponibilizada, para crianças de nove meses de idade com uma dose de reforço aos quatro anos, dentro do calendário de vacinação de rotina que acontece todos os anos no Amazonas e no Brasil inteiro. A vacina também está disponível em toda a rede de atenção básica da capital e do interior.

“Não é obrigatório, mas, recomenda-se também que adultos façam o reforço a cada dez anos, principalmente para quem for deslocar-se para áreas de transmissão da doença”, diz o presidente da FVS, ao ressalvar que o Ministério da Saúde considera imunizado para toda a vida quem fez duas doses da vacina. “Não há necessidade de se apavorar. Atualmente, mesmo com o aumento da demanda, em função das notícias de Minas Gerais, temos vacina suficiente para a população”, completa.

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Sintomas – Os sintomas da Febre Amarela são parecidos com os de doenças como hepatite e malária, principalmente, porque a pessoa desenvolve icterícia (olho e pele amarelada), junto com febre, dor no corpo, dor articular. A doença também causa comprometimento renal e hemorragia e pode ser fatal.

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