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Facções criminosas se transformaram em um problema de segurança nacional

Os grupos organizados, como os que se enfrentaram no presídio de Manaus, passaram os limites da segurança pública. Eles se federalizaram e estenderam suas operações a outros países, participando dos centros produtores de drogas e traficando armas. O problema vai além da segurança pública. O combate a esse tipo de grupo se tornou uma questão de segurança nacional.

O massacre em Manaus é um sintoma. A doença é a expansão das facções pelo país e pelo continente. No caso em questão havia a disputa entre um grupo do Norte e outro originário de São Paulo que atuam hoje de forma mais ampla, próximos de produtores de drogas em países vizinhos e trazendo armas para o Brasil.

Há uma crise de segurança nacional. As facções passaram a ser um risco para o país. O professor Cláudio Beato, agora secretário de segurança pública de Belo Horizonte, defende que todos os níveis governamentais têm tarefas a cumprir nessa missão.

De 2004 a 2014, os homicídios cresceram 120% no Norte do país. Ainda em 2008, o comandante militar da Amazônia me alertou sobre o problema. O general Augusto Heleno explicava que os traficantes abandonaram as rotas aéreas e passaram a transportar pelos rios da região. Ribeirinhos foram cooptados. Já naquela época ele dizia que os vários órgãos governamentais tinham que se unir para combater o problema. O estado deveria atuar em conjunto porque os crimes estavam associados, dizia Heleno.

A questão sobre a população carcerária é, na verdade, uma discussão mais ampla sobre a sociedade brasileira. A conversa com os especialistas em segurança acaba chegando aos outros problemas do país. O assunto é muito intenso e deve ser discutido não apenas após as tragédias.

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