As consequências políticas da união de Alfredo e Serafim

Antes, eu apenas desconfiava. Agora, tenho certeza. A união de Alfredo e Serafim foi desastrosa para ambos. Nos primeiros dias a dobradinha impactou a classe política. Alguns, mais exaltados, chegaram a declarar que a fatura estava liquidada, ou seja, a eleição seria definida no primeiro turno a favor de Alfredo. Assessores mais próximos festejaram. Alguns, de tão empolgados, mandaram comprar o paletó para a posse e aumentaram a dose da bajulação ao “futuro governador”.

É que eles usaram apenas uma calculadora para somar os prováveis votos de cada um. Alfredo, com algo em torno de 35% das pesquisas. Serafim, com outros 25%. Juntos, em tese, os dois teriam 60% do eleitorado amazonense. Mas a matemática não é apenas essa, a de somar os votos de cada um.

O eleitor de Serafim é dele, e tem tendência oposicionista. O de Alfredo, tem perfil completamente diferente. O eleitor de cada um tem suas próprias razões para não gostar do outro.

Juntos, Alfredo e Serafim, desagradaram seus eleitores que não aceitaram a união. Sem contar que a administração de cada um, na Prefeitura de Manaus, foi um desastre. A maior obra de Alfredo foi o Expresso, de triste memória. Serafim, deixou Manaus completamente esburacada.

A união do Expresso com os buracos será um prato cheio para qualquer marqueteiro. E nem precisa ser o Duda Mendonça para fazer um estrago na campanha de Alfredo. Sem contar com as obras (não realizadas) das BR-319 e 174, os portos que afundaram no interior etc.

Outra consequência ainda pior foi o afastamento de Amazonino, que caiu no colo de Omar Aziz, que até então corria o risco de ficar sozinho na eleição. Omar estava ameaçado, inclusive, de ficar sem o apoio de Eduardo Braga, que até hoje está em cima do muro, pressionado pelo Planalto e para tirar proveito, junto a Omar, do prestígio conquistado no Governo.  

Eduardo odeia Alfredo, tem pavor até de pensar na hipótese dele (Alfredo) no comando do governo. Sabe que Alfredo, se eleito, disputará a reeleição, impedindo seu retorno. Pior do que isso, teme que Alfredo promova auditorias nas obras já realizadas. (Alfredo anda espalhando que fará auditoria no Prosamim, na ponte sobre o Rio Negro e na Cigás).

Conversei com o pesquisador Durango Duarte que me contou detalhes de uma pesquisa ainda em andamento, a qual não revela nenhum crescimento de Alfredo, mesmo depois do apoio de Serafim. Ao contrário, quem cresceu foi Omar. Recebi esta semana inúmeros e-mails de ouvintes que eram eleitores de Serafim, revelando indignação com a união do PR X PSB.

Na tarde deste sábado, fui dar uma volta pelo shopping com meus filhos. Deu para sentir bem a temperatura política na cidade. Fui abordado por inúmeras pessoas que queriam falar sobre a mesma coisa, a política e a sucessão.

De tudo que ouvi nesses últimos dias, cheguei a seguinte conclusão:

a)      Alfredo e Serafim teriam mais chance se estivessem disputando individualmente a eleição.

b)    A união de Alfredo e Serafim foi excelente. Excelente para Omar Aziz.