O protesto teve início por volta das 7h, quando um ônibus da linha 678, que faz o trajeto zona Leste/Ponta Negra, apresentou problemas mecânicos. Os usuários, que já estavam descontentes com o ônibus superlotado, ficaram ainda mais revoltados com a situação e acabaram depredando o veículo, que teve parte das vidraças destruídas.
Para demonstrar ainda mais o descontentamento, os usuários bloquearam a Alameda Cosme Ferreira, impedindo a passagem de veículos que seguiam da zona Leste em direção ao centro da cidade. A Polícia Militar foi acionada e precisou negociar a liberação da via.
Após muita espera, outro ônibus que havia sido chamado para coletar os passageiros prejudicados acabou também apresentando problema mecânico. A suspensão a ar do coletivo estourou e o veÍculo também teve que parar. Foi à gota d’água que faltava para os passageiros.
Na pressa para sair do ônibus, uma senhora caiu no chão e quase bateu a cabeça na sarjeta. A autônoma Francisca Mônica, que seguia com as duas filhas para dar entrada em um benefício assistencial, também estava dentro do ônibus e precisou tranquilizar as crianças que ficaram com medo da confusão.
A estudante universitária Eunice Conrado, que precisava entregar um trabalho na faculdade, estava indignada com a situação humilhante por que passam milhares de pessoas que dependem do transporte público todos.
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (SINETRAM), informou que os ônibus articulados da empresa Global Green, que apresentaram os problemas mecânicos, não foram produzidos para circular dentro dos bairros. Apenas nas vias principais e que, por isso, são freqüentes os problemas mecânicos, principalmente de suspensão, por conta dos buracos e desníveis de asfalto.
O SINETRAM informou, ainda, que o prejuízo com ônibus depredado é de cerca de R$ 7 mil.