A rede pública e particular de saúde do Amazonas está em “estado de alerta” e colocará em prática o protocolo de notificação imediata em casos suspeito de ebola. A informação foi confirmada, nesta sexta-feira (10), pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam), por meio da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), que expediu nota técnica para toda a rede de assistência – pública e privada – do Estado, reforçando as medidas.
De acordo com o secretário estadual da Saúde em exercício, José Duarte dos Santos Filho, essas providências complementam o trabalho de preparo da rede, que vem sendo realizado em parceria com o Ministério da Saúde e as secretarias municipais, desde que foi configurada a epidemia da doença nos países da África, colocando em alerta a saúde pública mundial. “Nota com o mesmo teor já havia sido enviada a toda a rede, no mês passado. Temos atuado, também, com as vigilâncias epidemiológicas dos municípios para alinhar esse protocolo de notificação”, afirmou o secretário.Neste sábado, após exames laboratoriais, cujas amostras foram coletadas no Rio de Janeiro e encaminhadas para análise ao Instituto Evandro Chagas, em Belém (PA), o Ministério da Saúde descartou a doença, em um caso suspeito de ebola no Brasil. O suspeito era um homem de 47 anos, oriundo da Guiné. O caso foi notificado pela cidade de Cascavel, no Paraná e, por precaução, o paciente foi removido para o Rio de Janeiro.Em Manaus, o diretor-presidente da FVS, Bernardino Albuquerque, explicou que, semanalmente, os técnicos do órgão têm participando das videoconferências promovidas pelo Ministério da Saúde para atualização dos dados epidemiológicos e alinhamento de medidas referentes à possibilidade de introdução de casos suspeitos de ebola no País. De acordo com Bernardino, o Estado recebeu do Ministério da Saúde kits – nos padrões de segurança adequados – para a coleta de material biológico, em casos de pacientes com suspeita da doença. “Em relação aos equipamentos especiais de segurança individual – os chamados EPIs – que eventualmente precisem ser utilizados por equipes de saúde para o manejo de pacientes com suspeita de ebola – já dispomos de um número mínimo, que adquirimos por ocasião dos preparativos para a Copa do Mundo, em junho, e estamos em processo de aquisição de mais equipamentos”, informou o diretor.Bernardino disse que, além da Nota Técnica, estão sendo encaminhados à rede de assistência, arquivos digitais com vídeos disponibilizados pelo Ministério da Saúde que reforçam medidas de biossegurança. “É importante replicar essas informações e colocá-las à disposição das equipes de saúde”, frisou o diretor. Ele destaca que o vírus ebola não é transmitido pelo ar, água ou alimentos, mas sim pelo contato direto com o sangue e fluidos corporais do doente, ou superfícies contaminadas por esses fluidos. “Não há transmissão durante o período de incubação da doença”, destacou.
Na manhã desta sexta-feira, em entrevista coletiva à imprensa, o ministro Arthur Chioro procurou tranqüilizar a população e disse que a situação está sob controle, assegurando que as autoridades de saúde do Paraná obedeceram rigorosamente ao protocolo de notificação do caso suspeito de ebola e que o tempo resposta de todo o sistema de vigilância foi totalmente adequado.
Manaus tem plano de contingência
Também nesta sexta-feira, o secretário municipal da Saúde, Homero de Miranda Leão, procurou tranquilizar a população da capital e explicou que o Brasil é considerado um país com baixo risco para Ebola, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Homero explicou ainda, que para transmissão do Ebola é necessário que se tenha contato direto com as mucosas que absorvem o vírus.
O secretário informou, também, que a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), tem um plano de contingência para o controle e combate ao vírus.
O plano inclui a participação do Governo do Estado, através da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), do Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e do Governo Municipal, por meio do Departamento de Vigilância Epidemiológica/Semsa e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192).
Além do plano de contingência, o secretário lembra que a Manaus possui profissionais treinados para atuar no combate às doenças como ebola, que o Samu conta com ambulâncias totalmente equipadas no caso de necessidade do transporte de pacientes com casos suspeitos, que já existem equipamentos de proteção individual adequados e que o Amazonas conta com a Fundação de Medicina Tropical (FMT), que é referência nacional e internacional para a internação hospitalar de casos de doenças infecciosas.
Segundo dados da OMS, em todo o planeta, 8.033 pessoas foram contaminadas pela doença e 3.865 delas morreram. O maior número de casos foi registrado na Libéria, Serra Leoa, Guiné, além de Senegal e Nigéria. O vírus do ebola só é transmitido por meio do contato com o sangue, tecidos ou fluidos corporais de doentes, ou pelo contato com superfícies e objetos contaminados.