O protesto, em frente à sede da Superintendência Estadual da Habitação (SUHAB), gerou congestionamento na Alameda Cosme Ferreira, zona Leste da capital, mas foi contido pacificamente pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPM).
Centenas de pessoas se reuniram para reivindicar as inscrições de 680 famílias que moram em áreas de riscos, casas cedidas ou aluguel – em programas de habitação do Governo.
As famílias solicitaram uma reunião com a secretaria, no auditório do órgão, mas somente dez manifestantes foram recebidos, o que gerou um protesto, que acabou interditando a via, um dos principais corredores do trânsito da capital.
Os manifestantes estavam com bandeiras do Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLM) e, em sua maioria, eram mulheres, idosos e crianças. O protesto foi contido pacificamente pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar, por volta das 11h.
Segundo a coordenadora do MNLM no Amazonas, Neila Gomes, a intenção foi, principalmente, cobrar da Suhab as inscrição das famílias. Segundo ela, o órgão se comprometeu em fazer o cadastramento em setembro do ano passado, mas, até hoje, não cumpriu a promessa. Em frente à secretaria, duas faixas informava que o órgão não estava fazendo inscrições.
Segundo Neila Gomes, manifestantes são de famílias necessitadas e numerosas, com mulheres grávidas que se amontoam em casas cedidas e muitas vezes despejadas por não ter dinheiro para pagar o aluguel. “Estamos apenas reivindicando um direito, que nós ajudamos a construir.”, disse
Com a primeira inscrição na Suhab, feita em 2005, a aposentada Maria Madalena da Silva, disse que aguarda a chance de ser contemplada com uma casa nos programas habitacionais há 10 anos, mas nunca foi chamada.
“Isso é tudo carta marcada, as pessoas que estão ganhando essas casas não precisam. Hoje eu não tenho dinheiro nem para comprar um remédio, vivo numa casa na beira do igarapé, numa área de risco”, disse a aposentada.
Conforme a coordenadora do MNLM, a secretaria se comprometeu novamente em fazer o cadastramento. Desta vez, segundo Neila, até o dia 10 deste mês devem ser iniciadas as inscrições.
“Se nada for deito até o dia 10, vamos fazer outro protesto, porque, historicamente, só conseguimos nossos direito assim, na marra”, adiantou.
Por meio de sua assessoria de comunicação, a Suhab informou que iria divulgar uma nota esclarecendo o ocorrido.