Pontes de Manaus podem apresentar problemas graves por falta de manutenção, alerta presidente do Crea-AM

A queda da ponte da Estrada do Tarumã, menos de seis meses após a reconstrução, pelo Governo do Estado, pode ter sido apenas um dos problemas que podem ocorrer em Manaus, envolvendo esse tipo de equipamento público, e que pode até resultar em acidentes graves, simplesmente por falta de manutenção.

O alerta foi feito nesta sexta-feira (20), pelo presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-AM), Cláudio Guenka. Para o presidente do Crea-AM, o problema é mais sério do se imagina.

“Já iniciamos a discussão sobre a problemática das diversas pontes de Manaus, que têm pontes históricas e que não são históricas, que também podem apresentar problemas por falta de manutenção. Eu cito como exemplo a ponte do São Jorge, que foi reformada recentemente, mas não por um ato administrativo. O Ministério Público Estadual (MPE) obrigou a Prefeitura de Manaus a fazer a reforma. Nós, do CRM entendemos que essa discussão é muito técnica e que devemos, sim, alertar a população de Manaus e a sociedade em geral, conclamar essa discussão em torno de todas as pontes, porque, o que me parece, é um problema de falta de manutenção!”

Claudio Guenka alertou para o risco das obras de reparo paliativas e disse que o Crea-AM pretende se posicionar a respeito do assunto. “Pontes são obras de arte especiais. Não podemos fazer reparos paliativos. Se á algum problema, temos de fazer uma intervenção que de fato, solucione. Há um gasto público, em cima disso, então, nós devemos, sim, nos manifestar!”

Segundo Guenka, o Conselho deverá, sim, apurar as causas da queda da ponte, mas disse que o Estado e a empresa devem ser responsabilizados. “Nós vamos apurar, sim, a fundo, essa questão! Queremos saber se a obra foi feita por uma empresa ou de forma direta, pelo Governo.”

No final da tarde, a Agência de Comunicação do Governo do Estado (Agecom) soltou nota informando que a ponte já está em recuperação desde a tarde desta sexta-feira.

De acordo com a Agecom, técnicos da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra) e da Construtora Etam, responsável pela obra, iniciaram a demolição e retirada de entulhos para a verificação da laje de sustentação da ponte.

Ainda segundo a Ageco, com mais de vinte anos de existência e construída sobre uma estrutura em gabião, a ponte não resistiu à força das águas pluviais e cedeu, obrigando sua total interdição.

A Secretária de Estado de Infraestrutura, Waldívia Alencar, explicou que a Seinfra está analisando duas opções de ação, sendo a primeira e mais rápida o reaproveitamento da estrutura atual, após avaliação da laje de concreto. “Se após esta avaliação for constatado que a estrutura pode ser reutilizada, a estrutura do gabião será reforçada e a laje será recolocada no lugar de forma provisória até que se proceda à duplicação da pista”.

A duplicação da pista está prevista no projeto do Anel Sul, que vai duplicar os 8 quilômetros da Estrada do Tarumã, desde o Café Joelza até a Avenida Santos Dumont, a Estrada do Aeroporto.

A segunda opção, segundo a titular da Seinfra, seria a colocação de pontes cedidas pelo Exército Brasileiro. Waldívia Alencar informou que o governador em exercício, Henrique Oliveira, determinou o contato com o Comando Militar da Amazônia – 12ª RM, para solicitar a estrutura. “As pontes utilizadas pelo Exército Brasileiro têm 14 metros de extensão e ficaria no local até a construção da ponte definitiva, que também será duplicada”, explicou Waldívia Alencar.

Em ambos os casos, segundo a Agecom, o prazo para liberação do tráfego no local é de 15 a 25 dias.

Novas obras – A Agecom informou, ainda, que a duplicação da Estrada do Tarumã e a construção de uma ponte inteiramente nova já estavam previstos na construção do Anel Viário Sul, dentro do Projeto Amazonas 2020, do Governo do Amazonas, que prevê intervenções viárias de grande porte em Manaus, como a Avenida das Torres – já concluída, e a sua continuação já em obras, que é a Avenida das Flores.

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