Impedidos pela Constituição de fazer greve, os policiais e bombeiros militares do Amazonas decidiram por um modelo próprio de protesto. Desde a tarde do sábado (8/7), eles deflagraram a “Operação Legalidade”, na tentativa de pressionar o Governo do Estado a pagar reajuste salarial e promoções a que têm direito e que aguardam há pelo menos 3 anos.
Os policiais dizem que vão cumprir com todos os procedimentos operacionais, mas dentro das condições oferecidas pela Polícia Militar. A ideia é expor para a população às reais condições de trabalho a que estão submetidos pela corporação.
De acordo com o presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, major Emerson Figueiredo, a operação será executada em três etapas, a primeira, começou já na tarde do sábado.
“O policial só vai atuar dentro do está previsto no regulamento. Atendimento de ocorrência que já ocorreu, vai ser designado para a Polícia Civil; velocidade de patrulhamento é a mesma; velocidade de deslocamento para atendimento de ocorrência vai a que está na legislação!”
O major Emerson explica que, se até quarta-feira (12/7), não houver um aceno positivo por parte do governo estadual, os policiais iniciam a segunda etapa da operação. Nessa etapa, a ordem é trabalhar com o que tem e do jeito que é possível.
“O policial que está com problema de uniforme, ele vai informar o seu comandante e vai para o quartel tirar o serviço à paisana e o comandante dele vai autorizar a tirar serviço à paisana, que pra sociedade ver que estão brincando com a agente. A gente não vai deixar de fazer o serviço, o policiamento nem nada, mas vamos fazer à paisana: dirigir viatura à paisana, se for o caso; a partir de quarta-feira, as viaturas que não estiveram com o licenciamento em dia; segurança pro policial em dia, vai ficar para no quartel. Nós não vamos sair, porque nós cobramos da população a questão de documento e licenciamento e a própria instituição que fiscaliza não cumpre!”
Se ainda assim não houver uma resposta positiva por parte do governo, os policiais vão começar a faltar ao trabalho, afirma presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar.
“Começar a deflagrar uma situação de falta aos quarteis! Faltar mesmo! É transgressão da disciplina, mas é um direito que nos assiste!”
O presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, afirma que a categoria decidiu partir para o enfrentamento, depois de ser informada, pelo governador do Estado, David Almeida (PSD), de que ele não teria como conceder o reajuste salarial e as promoções, sob pena de ultrapassar o limite de gastos imposto pela Lei de Responsabilidades Fiscais.
Agora pela manhã, em cumprimento às fases da Operação Legalidade, os presidentes das entidades que representam os Policiais e Bombeiros Militares visitam as Companhias Interativas Comunitárias (Cicons) para verificar as condições de trabalho dos profissionais da Segurança Pública.