A intenção dos vereadores de Manaus, que pretendem movimentar cerca de R$ 12 milhões do orçamento da capital em emendas – uma espécie de Orçamento Impositivo Municipal – tem a aprovação do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto. Nesta terça-feira (26), em entrevista à Rede Tiradentes, o prefeito disse que a ideia é boa para Manaus, desde que os vereadores sigam a estratégia do governo municipal.
“Esse início de responsabilização também dos parlamentares eu acho saudável, porque isso leva a um olhar, assim, de cautela, de ponderação, de maturidade sobre a economia. Eu estou de acordo e quero mesmo que isso aconteça, mas, ressalvando que o governo tem estratégias e as emendas teriam de estar enquadradas na estratégia do governo. Se é emenda para saneamento, muito bem; se é para fazer drenagem, muito bem; se é para escolas, muito bem, ou seja, não pode ser algo que saia fora da estratégia que a gente tem de governo. Governador conjuntamente com o parlamento nos aproxima do regime que é o sistema político dos meus sonhos, que é o Parlamentarismo.”
O prefeito voltou a defender o aumento do número de andares dos novos prédios de Manaus para 25, no novo Plano Diretor.
“Eu não tenho nenhuma dúvida de que a proposta de 25 andares é conservadora, inclusive. Eu entendo que ela é muito mais realista do ponto de vista econômico, do ponto de vista do planejamento da cidade, do que 18 andares. Dezoito andares é Sertãozinho, uma cidade sem expressão no Brasil. Manaus tem mais de 2 milhões habitantes de habitantes e é uma cidade muito complicada, então, o que é preferível? Espraiar a cidade que já não tem para onde ir. Está muito horizontal e não tem para onde ir mais, criando bairros novos, necessidade de novas linhas de ônibus e mais problema com água e tudo o mais, ou você adensar, verticalizar o crescimento da cidade? Eu opto por essa segunda via.”
Apesar de se manifestar favorável à transformação da fiação elétrica pública da capital em rede subterrânea, o prefeito condenou os valores pretendidos pela concessionária Amazonas Energia para apenas um trecho da Avenida Eduardo Ribeiro.
“Essa coisa da fiação é impressionante. Estamos fazendo uma coisa modelo na Djalma Batista, por exemplo – eu só gosto de olhar a Djalma Batista para baixo. Agora, a gente olha para cima e vê aquela confusão de fios, aquela maçaroca. Parece que você vai empinar um papagaio elétrico – é muito feio tudo isso, agora, nós falamos com a Amazonas Energia, para fazer a fiação subterrânea da Eduardo Ribeiro, que é uma avenida pequena, e eles falaram em R$ 40 milhões. Ora, meu Deus do céu! A gente tem R$ 80 milhões por ano, para iluminarmos uma cidade que há muito tempo ficou às escuras. E a gente está lutando contra esse déficit, também. Como é que eu vou pegar R$ 40 milhões – mais da metade disso aí – e jogar na Eduardo Ribeiro? Então, eu sou a favor disso, claro. Me constrange estarmos aqui vendo essa guerra de fios, que dá a impressão de que a cidade vai, a qualquer hora, pegar fogo. É uma coisa muito complicada!”