A operação  ‘Xandoré’, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), abrangeu áreas de rios e afluentes das regiões do Médio e Alto Solimões, no Amazonas, incluindo terras indígenas e unidades de conservação ambiental do Estado.

De acordo com o fiscal do Ibama em Manaus, Abner Brandão Souza, os locais são de difícil acesso./ A ação começou no dia 17 de novembro e encerrou no último sábado (29), com a apreensão de 21 toneladas de pescado e 30 animais silvestres. Entre eles, as espécies de peixes, pirarucu e Aruanã, que fazem parte do defeso, e ainda, jacaré e quelônios.

Os infratores foram multados em  R$ 778.960,00. De acordo com o fiscal, o objetivo da ação foi identificar locais suspeitos de matança de botos e jacarés, que teria relação com a pesca da piracatinga. Ambientalistas afirmam que a caça está relacionada com a matança de animais na região, porque jacarés e botos servem de isca para a captura do peixe.

Na operação, também foram apreendidos motosserras, 18 redes de pesca, duas espingardas e cinco barcos. Segundo o Ibama, o pescado apreendido será doados a instituições filantropias. Já os animais vivos foram devolvidos à natureza. O Instituto informou, ainda, que os subprodutos da fauna serão destinados a instituições de pesquisa para fins didáticos e científicos.
A prioridade da operação também é fiscalizar as atividades pesqueiras ilegais, no período do defeso, da piracema das espécies pirarucu, tambaqui, aruanã, mapará, pacu, matrinxã, sardinha, pirapitinga, surubim e caparari.

Segundo o Ibama, a operação recebeu nome de “Xandoré” em alusão ao ser mitológico dos povos Tupis, que, segundo a tradição indígena, foi enviado por Tupã para punir transgressores que agridem a natureza.