A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Amazona s (OAB-AM), irá realizar uma sessão de desagravo em favor do ouvidor-geral da entidade, Glen Wilde, que foi vítima de agressão verbal, por parte do delegado Maurício Ramos Viçoso da Silva. A agressão ocorreu na madrugada da última segunda-feira (7), quando Glen Wilde estava no exercício de suas prerrogativas profissionais, defendendo um cliente, no 19º Distrito Policial da capital, localizado na Ponta Negra, zona Oeste de Manaus.
“Além do ato de desagravo público, faremos uma representação da OAB-AM à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, não somente em nome da pessoa do ouvidor-geral da nossa entidade, mas de toda a categoria de advogados, como forma de repúdio à postura de algumas autoridades policiais. Esses são os maus policiais. Vamos esperar as medidas cabíveis, para que episódios como este não se repitam”, afirmou o presidente da OAB-AM, em exercício, Marco Aurélio Choy. De acordo com o presidente, a data da sessão de desagravo ainda está sendo definida e será anunciada em breve.
Choy destacou que o incidente envolvendo o advogado Glen Wilde e o delegado Maurício Ramos não é o primeiro do tipo ocorrido este ano. Segundo Choy, em maio, um policial militar agrediu física e verbalmente a advogada Islene Marques, que também estava no exercício da profissão.
Na segunda-feira (7), após o incidente ocorrido no 19º DIP, Marco Aurélio Choy, o membro da Comissão de Direitos e Prerrogativas da OAB-AM, André Fernandes, e o presidente da Comissão de Segurança da OAB-AM, Caupolicam Padilha Júnior, acompanharam Glen Wilde à Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública, onde ele prestou depoimento sobre o caso.
Entenda o caso – Glen Wilde foi à delegacia para atender à solicitação de um cliente, vítima de agressão. Apesar disso, ainda havia sido indiciado. Na ocasião, Glen Wilde pediu ao delegado que fosse também efetivado o indiciamento dos agressores do seu cliente. O delegado se recusou a fazer os procedimentos naquele mesmo dia e o expulsou da sala, aos gritos.
“Quando lhe pedi imparcialidade e disse que eu, como conselheiro seccional e ouvidor-geral da OAB, conhecia muito bem o que era certo ou não, ele enfurecido aos gritos me expulsou da sala, com palavras de baixo calão, questionando se eu estava querendo ensiná-lo a trabalhar”, declarou Glen Wilde. O advogado relata ter pedido calma ao delegado, o que o mesmo retrucou: “- Grande m… ser ouvidor da OAB, saia da minha sala, saia agora”. Todos que estavam na delegacia ouviram os gritos, inclusive o seu cliente, sua família e os policiais civis e militares presentes no local.