As políticas de inclusão social adotadas pelo governo federal na última década têm papel fundamental no expressivo aumento da população afrodescendente e das mulheres no empreendedorismo brasileiro. Entre 2002 e 2012, houve um crescimento de 27% entre negros empreendedores, aponta estudo do Sebrae, feito com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Hoje, 50% dos donos de negócio são afrodescendentes, 49% são brancos e 1% pertence a outros grupos populacionais.
O Sebrae constatou que a renda e o nível de escolaridade são fatores chave nessa mudança. Entre 2002 e 2012, o tempo médio de estudo entre negros cresceu 38%, de 4,7 para 6,5 anos. Entre a população branca, o aumento foi de 21% (7,3 para 8,8 anos). Já a renda mensal subiu 45%, passando de R$ 786,00 para R$ 1.138,00, em média. Brancos passaram a ganhar 33% a mais (de R$ 1.843,00 para 2.460,00).
“Mais pessoas negras estão ascendendo à classe média e assumindo posições importantes no mercado de trabalho e no universo do consumo e do empreendedorismo”, declarou o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, ao portal da entidade.
As mulheres aumentaram a participação entre os empreendedores brasileiros. O Anuário das Mulheres Empreendedoras e Trabalhadoras em Micro e Pequenas Empresas, editado pelo Sebrae, registra crescimento da mulher empreendedora nas cinco regiões do País, entre 2002 e 2012. De acordo com o estudo, o Norte lidera, com uma expansão de 78% do número de empreendedoras, seguido por Centro-Oeste (36%), Sul (21%), Nordeste (12%) e Sudeste (10%).
Empreendedoras também dão uma lição quando o assunto é inovar. O documento do Sebrae também aponta que 34% das mulheres que têm empresa trabalham em casa, número cinco vezes maior do que os de empreendedores do sexo masculino, na casa dos 6%.