A senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) voltou a defender, nesta segunda-feira (23), a reforma política como o principal instrumento de combate a corrupção no Brasil. Em entrevista à Rede Tiradentes, Vanessa reafirmou que as denúncias de corrupção na Petrobras devem ser apuradas, mas alertou que o país não pode parar, por causa de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). Para a senadora, o problema deve ser enfrentado com capacidade.
“A capacidade que Brasil tem que ter é ver como enfrenta o problema, mas enfrenta de verdade, p’ra valer! Eu não quero saber se é do PT, se é do meu partido, se é do PSDB, não importa! Quem se meteu em corrupção, quem meter a mão tem que ser punido (!!!). É a esse exemplo que a sociedade chama o parlamento brasileiro, assim como o Judiciário: punir!! Mas ver como nesse meio de investigação e de punições, a gente não permita que o Brasil pare. Porque nós não estamos discutindo qualquer ato, não. Estamos discutindo algo que envolve a maior empresa do Brasil, da qual o Brasil depende. A maior arrecadadora de ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Amazonas é a Petrobras, que tem projetos importantes de desenvolvimento. Se esses projeto pararem ou forem cancelados, a gente vai ter um impacto direto no Estado. Significa saúde, educação, investimentos, ou seja, a gente tem que ter essa capacidade de separar as coisas. Investigar tudo, punir todos que tem ser punidos, mas não deixar com que o nosso país pare!”
Para Vanessa, a grande resposta do congresso para a corrupção deve ser a reforma política. “Não basta e não é suficiente punir, como não basta trocar o poder de mãos. Também não é suficiente. O que se tem que fazer é buscar medidas que protejam mais o Estado brasileiro, então a reforma política é fundamental! Na realidade, nós temos um grande tema dentro da reforma política e temos outros temas. Um grande tema é o financiamento de campanha.”
Reconduzida recentemente ao cargo, Vanessa destacou a importância da Procuradoria da Mulher no Senado. “É tão importante, hoje, que, apesar de ser uma estrutura jovem – e mais no Senado, até, do na Câmara – que a Câmara, até agora, não conseguiu chegar a uma conclusão! Na realidade, é a institucionalização da luta das mulheres pela igualdade. E, neste momento, nós estamos chamadas a debater, porque estamos discutindo reforma política. Nós mulheres, vamos nos mexer no Brasil inteiro! As mulheres se mexem no mundo inteiro e nós vamos nos organizar no Brasil inteiro, p’ra mostrar que uma reforma política que mantém as mulheres ocupando apenas 10% das cadeiras do parlamento não é uma reforma política democrática! Nós vamos rodar o Brasil inteiro a favor de mais espaços, para que a gente possa ter uma participação – não igualitária – acho que não podemos pular de 10 para 50% – que seria o ideal – mas mais próximas dos homens!”
Vanessa Grazziotin é a única mulher, entre os três senadores pelo Amazonas.