Áreas de constantes conflitos e pendengas jurídicas pela propriedade de lotes de terra, o Conjunto Águas Claras, localizado no bairro Novo Aleixo, se tornou, nos últimos anos, por sua localização, uma das áreas mais cobiçadas da zona Norte de Manaus. Mas a presença cada vez maior de interessados em um pedaço de terra cada vez mais valorizado e que se aproveitam da ausência do poder público para se instalar, vem degradando a área.

Ao logo das ocupações, vários fragmentos de área verde em área urbana dentro do conjunto residencial foram invadidos. A área vem ficando devastada, em flagrante crime ambiental.

Recentemente, os moradores do Águas Claras se uniram e decidiram enfrentar os invasores. Segundo o líder comunitário do Conjunto Águas Claras, Armando Costa, a disputa pela principal área, que mede 18 mil metros quadrados, já dura sete anos.

Conforme os moradores, um major da Polícia Militar (PM-AM), identificado apenas como Major Marques, alega que teria comprado a área, mas, no mapa da prefeitura, consta que o local pertence ao município.

Recentemente, foram feitas ameaças e disparados tiros contra os moradores, que temem pelo pior e pedem providências para que a área não seja usada para fins comerciais.

Eles defendem, por exemplo, a construção de uma creche ou uma Unidade Básica de Saúde (UBS), para atender a comunidade da área.

A representante da empresa responsável pelo loteamento, Adelaine Cavalcante, confirma que a área não foi vendida e é destinada a uso exclusivamente pela comunidade.

A funcionária Pública Antonia Silva afirma que já foi ameaçada pelo oficial da PM. Segundo Antonia, mesmo com medo, ela resolveu procurar a imprensa e falar denunciar o ocorrido.

Nossa equipe não conseguiu falar com o oficial da PM. Em nota, a corporação informou que está acompanhando os fatos por meio da 27ª Companhia Interativa Comunitária (CICOM) e vai se reunir nesta quinta-feira (27), com os comunitários, para resolver o problema.