O técnico em patologia clínica e integrante dos movimentos sociais Júlio Ferraz, do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) – foi o entrevistado desta quinta-feira (17), na série da Rede Tiradentes com os candidatos ao Senado, pelo Amazonas. Ferraz, que se define como de esquerda, afirma que faz política para ajudar o próximo e que representa “o novo”.
“Entrei na política há trinta anos, mas não faço política eletiva. Faço política para ajudar o próximo. Isso, p’ra mim, é gratificante. Represento o novo. Eu participei das mobilizações de junho do ano passado, organizo os movimentos por moradia, na cidade de Manaus e não tenho receio de falar verdades. Saí do Partido dos Trabalhadores (PT) por não concordar com a linha que estava sendo tomada!”
O ativista afirma que os principais grileiros de Manaus são famílias ricas.
De acordo com Júlio Ferraz, ele chegou a ser preso por participar de ocupações de terras federais. “A prisão por causa dos movimentos sociais me custou o preço da prisão, da tortura, da criminalização. Fui torturado, no Puraquequara, espancado por guardas penitenciários, quase morto, por causa da ocupação do Nova Vitória.”
Júlio Ferraz aponta como causa das invasões, a falta de políticas habitacionais por parte do poder público a faz críticas aos programas de moradia popular federais.
“Primeiro a questão da imposição de uma renda familiar, até R$ 1.600 – três salários e o salário mínimo aumentou e não houve uma adequação ao novo salário mínimo. Outra coisa, o tal perfil. Esses movimentos ficam distantes do controle social da escolha de famílias. Por exemplo, no Viver Melhor você vai encontrar distorções como, por exemplo, um cara com um carro que vale R$ mil. Geralmente tem a questão de amigo do político A, B e C. Isso existe lá!”
Revelou a existência de terras federais que, segundo ele, teriam sido griladas. “Só em Manaus, tem 30 milhões de hectares que foram ocupados por famílias ricas . Isso foi provado por uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) Federal. Essas terras não pagam impostos, não cumprem a função social da propriedade urbana. Por isso o fato de Manaus ser a segunda cidade em déficit habitacional. Faltam mais de 140 mil habitações, na cidade de Manaus!”
Para o candidato, inchaço das cidades é resultado da falta de políticas habitacionais, por parte dos governos. Ele afirma que, no Brasil, famílias de sem teto só conseguem moradia por meio de pressões aos governos e manifestações.
Júlio Ferraz revelou que já foi até preso e sofreu sete tentativas de homicídio, por causa da participação nos movimentos populares.
O candidato relembrou que enquanto no Estado vivem milhares de famílias sem teto, muitas famílias ricas do Sul do país são donas de grandes extensões de terras, no Amazonas.
Você pode acompanhar a entrevista completa do candidato do PSTU ao Senado, Júlio Ferraz, nas reprises do “Manhã de Notícias”, na programação da TV Tiradentes.