Termina a paralisação dos praças da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM). O fim do movimento foi anunciado após uma reunião de uma comissão de cinco policiais militares com o governador José Melo, na sede do governo, na Compensa, zona Oeste de Manaus, onde o governador declarou que decidiu atender as principais reivindicações da categoria.
O anúncio do acordo gerou um clima de euforia entre cerca de três mil praças, reunidos na Arena Amadeu Teixeira, zona Oeste da capital.
Antes da reunião, uma das lideranças dos manifestantes, o policial Gérson Feitosa, fez uma lista dessas reivindicações.
“A nossa primeira reivindicação, hoje, é anistia para todo o movimento grevista e, a principal, a Lei de Carreira e Promoção Automática. Nós queremos, também, o Código de Ética que vai extinguir o regulamento que causa todo esses descontentamento na tropa. Queremos 25% de aumento agora, a incorporação da GTE, adicional noturno e periculosidade!”
O policial Gérson Feitosa destacou a importância da participação do governador José Melo nas negociações.
“Nós queríamos fazer com o governador o que deveria ter sido feito antes. A cúpula da Secretaria da Segurança causou todo este mal estar, porque eles mentiram para o governador e botaram o governador nessa situação dizendo que não havia greve, que estava tudo bem. Queríamos conversar com o governador porque a gente sabe que, com ele, a gente resolve o problema!”
O governador José Melo, que preferiu classificar a greve como movimento reivindicatório, admitiu que a lei de promoção precisa ser revista.
“A questão da lei de carreiras gera uma insatisfação muito grande, em relação à promoção dos praças, que acabam indo para a reserva como soldados, portanto, dei garantias a eles de que vou determinar um estudo criterioso e, a partir de agora, vamos discutir cada um desses itens e avançar!’
O governador fez uma ressalva em relação à possibilidade de punições. “Quanto às punições, ressalvadas aquelas que a lei não me permite contrariá-la, como na verdade não tivemos greve, houve apenas um movimento, todo mundo mundo volta ao trabalho em paz!”
José Melo descartou mudanças na cúpula da Secretaria da Segurança Pública (SSP-AM), por causa do movimento.O governador condenou a rede de boatos criados por meio das redes sociais e do aplicativo WhatsApp, que assustou e gerou intranquilidade, entre a população, em Manaus. Ele não descartou o envolvimento de políticos, no movimento. Ao contrário, admitiu que isso acontece em todos anos de eleição. O governador anunciou que, em 90 dias, enviará um projeto de lei à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), atendendo as principais reivindicações dos policiais.