Argumentando “grande clamor popular”, pela divulgação, pela chamada grande imprensa, de farto noticiário sobre a prática do crime no Amazonas, o presidente da Assembleia Legislativa (ALE-AM), deputado Josué Neto (PSD), defendeu, nesta quinta-feira (3), a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar crimes de pedofilia no Estado, mas sem a presença do deputado Luís Castro (PPS), autor do pedido de criação da CPI.
Luís Castro tem sogro condenado por crime de pedofilia, no município de Eurunepé, Interior do Amazonas. Sérgio Paulo Tomaz Filho, de 85 anos, foi condenado, com sentença transitada em julgado, e, devido à idade avançada, cumpre a pena em regime prisão domiciliar, determinada pelo juiz Leoney Figliuolo Harranquian. O idoso fazia parte de uma rede de prostituição de crianças entre 10 e 13 anos, que foi desarticulada pelo Ministério Público Estadual (MPE). No mesmo processo, outras três pessoas também foram condenadas.
De acordo com o MPE, o preso Sérgio Paulo Tomaz Filho pagava crianças para manter relações sexuais com ele, informação confirmada pelo advogado de defesa, Walfran Siqueira Caldas.
Para o deputado Josué Neto, o envolvimento do sogro de Luiz Castro colocaria o parlamentar sob suspeição, para participar dos trabalhos.
O Deputado Luis Castro foi procurado pela Rede Tiradentes para se manifestar sobre o posicionamento do presidente Josué Neto, porém, evitou falar sobre o assunto. Entre os colegas de parlamento, a decisão de Josué Neto de barrar a presença de Castro gerou divergências e bate boca, entre os deputados José Ricardo Wendling, Líder do PT, e Tony Medeiros, Líder do PSL.
Líderes de todos os partidos que compõe o Legislativo Estadual assinaram o ofício, requerendo a instalação imediata da CPI, inclusive o deputado Luís Castro, que é líder do PPS no parlamento estadual.
A definição dos nomes, entretanto, depende do colegiado de líderes. Segundo o presidente da ALE-AM, o custo com a criação da CPI da pedofilia deve superar meio os R$ 500 mil.