Intervenção coletiva é proposta para consolidar Porto de Itacoatiara como escoador de graõs

03/04/13 – O Porto de Itacoatiara, a 276 quilômetros de Manaus – uma das principais alternativas para o escoamento da produção de grãos no país, precisa ser alvo de uma intervenção multilateral envolvendo diferentes órgãos. A proposta foi apresentada nesta quarta-feira (03/04), pelo deputado estadual Sidney Leite (DEM). O parlamentar defende uma articulação coletiva, que envolva do governo do Estado ao Senado, para garantir a consolidação da produção regional.

Na última terça-feira (02/04), o Leite participou de uma audiência pública, em Itacoatiara, que debateu a situação do porto de carga e descarga.

Na manhã desta quarta-feira (03), no plenário da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), o deputado voltou a abordar o tema. Na oportunidade, ele pediu apoio à mesa diretora da Casa, e afirmou que fará um encaminhamento para essa articulação não ocorra de maneira isolada, mas com o apoio das Secretarias do Planejamento e Fazenda, da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), da bancada federal do Amazonas e do Governo Federal.

Como classificou o deputado, num cenário em que o país enfrenta o “apagão da escoamento de grãos”, o porto de Itacoatiara surge numa posição estratégica, na confluência dos Rios Madeira e Amazonas, podendo, por este último, escoar para o Oceano Atlântico.

“O grupo Equatorial, por exemplo, instalou um porto em Itacoatiara, não porque seja a melhor e mais bela cidade do Estado, mas porque está estrategicamente localizada. O etanol produzido na região central do Brasil atende à demanda de Manaus e chega com mais facilidade e com custo mais baixo pela hidrovia”.

De acordo com Sidney Leite, a discussão, na última terça-feira (30), foi emergencial e revela uma falta de planejamento que deixa o município sem um porto de carga e descarga há anos. O parlamentar destacou que é preciso vontade política para que ocorram avanços. “O porto da Hermasa foi fruto dessa vontade política. Hoje, ele garante o escoamento de 3,2 milhões de toneladas de soja. Mais de 800 mil toneladas passeiam pela região do madeira, passando por Itacoatiara com destino ao porto de Santarém”, comentou.

No sul do país, atualmente, são produzidos mais de 80 milhões de toneladas de grãos e as cargas dos produtores se acumulam nos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR), durantes dias, até serem escoadas.

Leite ressaltou que entre 5% a 8% da safra é perdida, por causa da péssima qualidade das estradas, e devido aos prejuízo na fila de espera. “Não podemos perder a oportunidade não só de garantir a interiorização do desenvolvimento do nosso Estado, mas também de contribuir para economia desse país. Por isso, a necessidade dessa articulação”, afirmou.

Ainda nesta quata-feira, o presidente da ALE-Am, deputado Josué Neto (PSD) anunciou a formação da Comissão Especial de deputados que vai tratar da questão do porto de Itacoatiara junto ao Governo do Estado e à Câmara dos Deputados, em Brasília.

Josué Neto nomeou o líder do PR, deputado Cabo Maciel, como presidente da comissão, bem como os membros Sidney Leite (DEM); Conceição Sampaio(PP); Sinésio Campos e José Ricardo (PT); e Francisco Souza (PSC).

Na tribuna, em um breve relato sobre a viagem que fez em companhia de cinco deputados para participar de audiência pública, na Câmara Municipal de Itacoatiara, na terça-feira (30), Josué Neto lembrou que a cidade é uma das poucas do Amazonas com características de cidade portuária, comparando-a a Santos, em São Paulo, e Itajaí, em Santa Catarina, que hoje estão entre os maiores portos do país.

O presidente da ALEAm destacou a posição geográfica estratégica de Itacoatiara, a poucos quilômetros da boca do Rio Madeira, que tem conexão com o Estado de Rondônia, e ligação rodoviária com os Estados do Centro-Oeste.

Neto lembrou que o município está a apenas cinco dias de navegação do Oceano Atlântico e a apenas mil quilômetros de Boa Vista, Roraima.

O presidente expressou, ainda a disposição da ALEAm na luta em defesa da ampliação do porto de Itacoatiara.

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