Homem de 225kg morre e família tem dificuldades para remover corpo ao IML. Sepultamento foi graças à solidariedade de vizinhos

A falta de estrutura do Instituto Médico Legal do Amazonas (IML) ficou evidente, nesta terça-feira (12).

Pela manhã, ao encontrar o feirante João de Deus Santos Fragoso, de 30 anos, morto, a família teve de esperar por quase 20 horas para conseguir remover o corpo dele, da igreja onde estava sendo velado, para o prédio do Instituto, que funciona no bairro Cidade Nova, na zona Norte de Manaus.

João de Deus pesava cerca de 225 kg. De acordo com familiares e vizinhos, após acionarem o órgão, o instituto não teve condições para fazer o transporte do corpo. Única unidade de medicina legal do Amazonas, o IML é subordinado à Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP-AM).

Segundo a vizinha da família do feirante, a doméstica Paula Reis, João de Deus morreu dormindo, em casa, localizada na rua 8, bairro Alfredo Nascimento, zona Norte da cidade. A mãe dele, dona Lindalva Nunes dos Santos, só percebeu a morte do filho por volta de 14h de segunda-feira. Segundo ela, devido  à obesidade mórbida, ele já passava por problemas de saúde há algum tempo.

O corpo de João estava sendo velado em cima de duas mesas de madeira, encoberto com lençóis. Humilde, a família teve de recorrer à solidariedade dos vizinhos e comerciantes do local, para comprar um caixão, que custou cerca de R$ 2,700 mil.

Todos estavam comovidos com a morte do feirante e, ao mesmo tempo, revoltados com a ausência do poder público, na hora que os familiares precisaram de ajuda.

O irmão de João, Orimar Fragoso, agradeceu a união e solidariedade de amigos e vizinhos e criticou a falta de estrutura do IML. “É uma vergonha!”, disse.

O corpo de João foi sepultado à tarde, no cemitério Nossa Senhora de Aparecida, no bairro Tarumã, zona Oeste da cidade.

Por meio da assessoria de imprensa, o IML explicou que faz parte da função do órgão priorizar a remoção de vítimas de crimes ou mortes violentas. A assessoria esclareceu que a responsabilidade é da Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (Semasdh).

A Semasdh informou que só tomou conhecimento da situação na manhã desta terça. Ainda conforme a secretaria, uma equipe de atendimento do Serviço de Assistência Funerária (SAF), também chamado de SOS Funeral, foi enviada ao endereço do feirante para prestar apoio à família.

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