Em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes, empresário acusado no ‘Caso Fred’ faz revelações que podem mudar rumo do processo

A universitária Daniele Damasceno, assassinada em 2001 – em um dos casos mais rumorosos da crônica policial do Amazonas – não foi morta pelo namorado dela, Fred Fernandes Júnior, mas pelo filho de um oficial da Polícia Militar. A revelação foi feita nesta quarta-feira (20), pelo pai de Danielle, o empresário Waldemarino Dasmasceno, em entrevista exclusiva à Rede Tiradentes de Rádio e Televisão.

“A versão que está aí, nos autos, não é a verdadeira. O Fred Fernandes Filho, que se diz ter matado minha filha, não matou minha filha. Quem matou minha filha foi o Alídio Lemos, filho do coronel Lemos. O Fred, na verdade, veio saber da realidade, depois que estava preso. Eu participei das investigações junto à delegacia, auxiliando em alguns fatos, e, quando nós chegamos à pessoa indicada, chegamos ao Fred. Só que não conseguimos fazer a prisão. Quando a delegacia se aproximou do Fred, apareceu a 2ª Secção –serviço secreto da PM – para fazer a prisão. O delegado ficou ‘abismado’ de saber como aquilo tinha acontecido, porque eles estavam investigando, na esperança de prender o acusado. E a 2ª Secção tomou conta.”

Waldemarino, que, juntamente com a esposa dele, Therezinha de Jesus Rocha, é acusado de mandar matar o pai de Fred Júnior, o técnico agrícola Fred Fernandes, deve ser julgado pelo Tribunal do Júri, no próximo dia 28 de novembro. Ele também revelou que, desde o início do processo, sempre enfrentou dificuldades para se defender na polícia e na Justiça, e teme pelo resultado do julgamento.

“Medo eu tenho, porque, no decorrer desse processo, nada que a minha defesa pede tem sido atendido. O juiz até despacha, mas a PM até hoje não despachou um dos nossos pedidos. Por exemplo, houve uma primeira acareação com o primeiro mentiroso que me acusou e, no momento em que terminou a acareação, ele saiu como réu e não mais como testemunha. Há 10 anos que eu venho procurando o senhor Dutra Pinto para fazer uma acareação com ele. O Dutra Pinto é a testemunha forjada pelo coronel Lemos. Foi quem ‘viu’ que eu levei o dinheiro – R$ 100 mil que seriam pagos aos policiais pela morte do Fred – com os coronéis com quem eu conversei. Esses coronéis, eu nunca os vi pessoalmente. A própria Justiça, aparecem pessoas lá dentro, que se colocam ao teu lado para ‘te ajudar’, com o intuito de te roubar, tomar o teu dinheiro e, você, no desespero, muitas vezes, você cede.”

Waldemarino completa: “Eu descobri, agora – uma coisa recente – que o que vem dificultando a nossa defesa é a amizade que o pai do coronel Lemos tem com o desembargador aposentado Neuzimar Pinheiro. Todos os recursos dos meus advogados, quando caem no Tribunal, são ‘blindados’. Jogados na gaveta, passam anos e, depois são devolvidos. Confio na Justiça do meu Estado, mas, lamentavelmente, a situação que eu estou vivendo, não é a que deveria ser!’

Por causa de ameaças, a mulher de Waldemarino Damasceno, Therezinha de Jesus Rocha, está vivendo fora de Manaus, com autorização da Justiça.

As outras pessoas citadas por Waldemarino Damasceno na entrevista tem direito de resposta e, caso tenham interesse, podem se manifestar por meio da Rede Tiradentes.

A entrevista completa do empresário Waldemarino Damasceno pode ser acompanhada nas reprises do programa “Manhã de Notícias”, na Net, pelo canal 13 e na TV aberta, pelo canal 20 – a TV Esporte Interativo.

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