Representantes de diversas entidades, estaduais e municipais, bem como a sociedade civil do Estado se manifestaram a favor do projeto de lei que revoga o estatuto do desarmamento, durante audiência pública, realizada na manhã desta sexta-feira (10.07), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
A reunião proposta pelo deputado federal Marcos Rotta (PMDB-AM), membro titular da comissão especial do desarmamento, discutiu o Projeto de Lei 3722/2012 que revoga o Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/2003) e disciplina normas sobre a aquisição, posse e circulação de armas de fogo, contou, ainda, com a participação do relator da comissão, deputado federal Laudívio Carvalho (PMDB-MG).
Como membro da comissão especial, Rotta ressaltou a importância de tal discussão para o estado, visto as especificidades, tanto da capital quanto do interior. “Trazer a discussão para o Estado é colocar em pauta as nossas particularidades, pontuar situações que atingem a população. Nós, membros da comissão especial propomos a desburocratização quanto à Lei do Desarmamento. O cidadão de bem precisa ter a liberdade de escolher se quer ou não ter uma arma de fogo em sua residência, bem como ter ferramentas junto à lei que lhe assegurem o porte, a renovação e aquisição deste objeto, e exatamente por isso, a necessidade em trazer este assunto para população”, disse o deputado
Para o relator da comissão especial, deputado federal Laudívio Carvalho (PMDB/MG), este é o momento de ouvir órgãos, entidade de classe e sociedade civil. “Cada estado possui vivências diferentes e assim apresenta problemáticas diferentes. Hoje no Brasil há a vigência de uma lei que foi considerada por muitos brasileiros como prejudicial. Como relator desta comissão, busco ter responsabilidade junto às necessidades da população, além de estar atento a todas manifestações da sociedade, culturalmente o cidadão que busca adquirir uma arma de fogo sente a necessidade de proteção. Com a revogação não queremos desvirtuar a Lei do Desarmamento estamos aqui para aperfeiçoar este PL para assim atender os anseios de uma sociedade que atualmente não busca atacar e sim defender-se”, disse o relator.
A deputada estadual Alessandra Campelo (PCdoB) afirmou que a discussão sobre o desarmamento deve ser analisada com cautela e responsabilidade. “Eu sou contra a revogação do desarmamento em sua totalidade, mas sou favorável a determinadas mudanças tais como a desburocratização do porte para atletas que participam de competições esportivas, visto as grandes dificuldades enfrentadas com as determinações presentes na atual lei”, disse a deputada.
O presidente da Câmara Municipal de Canutama ( a 619 quilômetros de Manaus) trouxe ao plenário a realidade vivida pelos moradores do interior da capital. “No município de Canutama, temos de lidar diariamente com a violência, o que percebemos é o desarmamento da população e o armamento dos bandidos, ou seja, desarmar a população não trouxe benefícios. Pelo contrário, as taxas de homicídios e roubos aumentaram e, exatamente por isso, que precisamos rever tal lei que tira o poder de escolha de cada cidadão”, destacou o presidente.
A liberação do porte de arma para o cidadão comum foi defendida também pelos representantes do Movimento Estudantes Pela Liberdade (EPL), que avalia a revogação da lei como uma forma de defesa. “Estamos nas mãos de criminosos e temos que ter direito a defesa”, afirmou o coordenador do EPL, Arthur Fonseca.
O projeto de lei 3722/12 é de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC), e voltou a tramitar na Câmara em novembro de 2014. O texto abrange todo o contexto das armas, desde as usadas pelas forças armadas, até as dos cidadãos, colecionadores e esportistas. Além disso, ela prevê agravos para as penas dos crimes cometidos utilizando armas, e protege o cidadão que comprovadamente fez uso de uma arma de fogo para sua legítima defesa.
Relatório
O relator da comissão especial do desarmamento, deputado federal Laudívio Carvalho (PMDB/MG) deve apresentar o relatório até o fim do mês de agosto. Após a aprovação, o texto segue para a votação em plenário.