Ainda no início do fenômeno, que afeta os rios da Amazônia todos os anos, as populações ribeirinhas já vivem o drama da cheia.
Um dos municípios mais afetados é Eirunepé, na Bacia do Rio Amazonas. Considerada a maior bacia hidrográfica de todo o mundo, com 7 milhões de km², a bacia do Amazonas atravessa terras de vários países da América do Sul.
Em Eirunepé, uma das regiões mais afetadas da sede do município é a Baixa do Perpétuo Socorro, onde as águas já invadem as ruas e vielas da localidade. Até no Centro da cidade, os moradores já estão com as águas sob os pés.
O vice presidente da Associação Amazonense de Municípios – o prefeito de Juruá – Tabira Ramos Dias Ferreira, manifestou preocupação com as cidades localizadas às margens do Purus e do Juruá, onde ficam as comunidadedes mais afetadas.
“Este ano a enchente chegou mais cedo, e nos surpreendeu. Não deu tempo para nos posicionarmos, mas confio no governador José Melo e no governo federal. Se precisarmos de mais ajuda, com certeza ela chegará”, afirma o prefeito.
Morador do município, o professor universitário Ribamar Félix está preocupado com o volume de chuvas. “Está chovendo muito em Eirunepé e as águas estão invadindo a cidade. Estamos vivendo uma realidade que ocorre todos os anos. Falta política preventiva. A enchente força os moradores a sacrifícios desnecessários, pois bastariam obras de saneamento para amenizar o sofrimento, evitando tragédias”, afirma.
“As previsões são as mais pessimistas, pois ainda estamos no início do período de cheia e a situação de Envira, Eirunepé, Guajará, Itamaraty e Boca do Acre já começa a preocupar. Os prefeitos não descartam decretar estado de emergência”, admite Félix.