Empresário que mandou matar técnico agrícola fez ‘acerto de contas’ com matadores em quartel da PM, afirma Promotor que atuou no ‘Caso Fred’

Apesar de negar o encontro com os policiais militares para contratar a morte do técnico agrícola Fred Fernandes, o empresário Waldemarino Damasceno é contestado pelo Promotor de Justiça Fábio Monteiro, citado na entrevista do empresário à Rede Tiradentes. Para o Promotor, que hoje é titular do 1º Tribunal do Júri e não atua mais no processo, o encontro aconteceu, sim, dentro de um quartel da Polícia Militar, no conjunto Dom Pedro, zona Oeste de Manaus.

“Nós temos policial militar que participou da reunião, dentro do comando do Batalhão, onde houve a participação do Waldemarino, contratando os coronéis e os policiais. Esse policial militar, que está em atividade, inclusive, deu depoimento em plenário, no Tribunal do Júri, na frente dos jurados. Então, as provas são contundentes!”

O promotor Fábio  Monteiro disse que ficou surpreso com a afirmação de Waldemarino, que, há dez anos, estaria pedindo uma acareação com o policial militar que teria participado ‘acerto’ para a morte de Fred Fernandes.

“Me surpreende, esse tipo de alegação, porque o acusado Waldemarino, até por razões óbvias, tem tido uma defesa, ao longo de todo o curso do processo, até por uma imposição legal e, como opção, o contrato de um advogado particular, que é o que tem acontecido o tempo todo. Se o advogado dele fez o pedido, no momento oportuno, na fase oportuna, no momento processual adequado, é um direito legítimo das partes, então, eu não vejo por que o juiz não tenha deferido, inclusive com a anuência do Ministério Público (MP), mas no meu entendimento, quando atuei no processo, com capacidade postulatória, os elementos sempre foram muito contundentes em incriminar todos, inclusive por isso.Porque há depoimentos nos autos, de pessoas confirmando essas reunião, essa negociação, esse acerto de contas, inclusive, o cunhado do Waldemarino – o Krichna – foi condenado, cumpriu pena, exatamente por ter intermediado, há 10 anos – o julgamento dele foi em 2003 – o contrato entre o Waldemarino e os policiais. Os fatos estão aí, p’ra demonstrar!”

O atual representante do MP no processo sobre o assassinato do técnico agrícola  Fred Fernandes é o Promotor de Justiça Ednaldo Medeiros.

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