Com um ato público no Largo São Sebastião, no Centro de Manaus, e entrega de diplomas a entidades que contribuem para a promoção da igualdade racial no Estado, o Governo do Amazonas comemorou nesta sexta-feira (10), por meio da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), em parceria com movimentos afrodescendentes do Amazonas, a Abolição da Escravatura no Estado do Amazonas – 131 anos sem escravidão.
O evento iniciou com uma caminhada pacífica no entorno do Largo São Sebastião que seguiu com palavras de ordem pedindo respeito ao povo negro e pelo fim do preconceito e discriminação racial.
“Infelizmente o amazonense é um povo, ainda, preconceituoso que fere a pessoa negra na sua integridade e discrimina por vários motivos, seja pela cor ou pela religião. Essa violência não pode mais acontecer, por isso, estamos aqui com mais esta ação contra o preconceito e pelo fortalecimento das entidades afrodescendentes que levantam a bandeira da paz”, desabafou a coordenadora da Articulação das Religiões de Matriz Africana (Aratrama), Nonata Corrêa.
A secretária da Sejusc, Graça Prola, foi homenageada pelos movimentos sociais por contribuir na luta pela igualdade racial e fim do preconceito racial. Ela disse que o evento comemorativo a libertação dos escravos negros há mais de cem anos, também, chama a atenção para a luta pela liberdade da negritude que ainda continua em pleno século 21.
“Não existem mais grilhões de ferro, mas, o preconceito e a discriminação raciais são formas de impedir que a pessoa goze de sua liberdade plenamente e com dignidade. O Governo do Estado está trabalhando em conjunto com os movimentos para que políticas públicas sejam implementadas imediatamente, inclusive essa ação é fruto da gerência de promoção da igualdade racial, criada há menos de um mês, na Sejusc”.
Para o coordenador do Fórum de Políticas Públicas da Capoeira do Estado do Amazonas, Cristiano Corrêa, a causa pelo fim do preconceito pode ser fortalecida com a união mais efetiva entre poder público e os movimentos negros. “É um momento inédito. E é isso o que nós queremos: agir com o poder público em prol da população negra. Cada dia é uma batalha e com o apoio dos governos podemos fazer muito mais. A sociedade precisa se informar e se educar mais para que juntos vençamos o preconceito”.
Durante o ato, mostras da cultura negra foram apresentadas ao público, como capoeira, tambor de crioulo, dança dos orixás, hip hop, entre outros.