A eleição da Fifa vai parar nos tribunais e pode ser suspensa. Nesta terça-feira, um dos candidatos para a presidência, Ali bin al-Hussein, pediu a suspensão das votações, marcadas para a sexta-feira. Seus advogados entraram com um pedido ao Tribunal Arbitral dos Esportes para que o processo seja adiado. Sua argumentação é de que não existe um consenso sobre como ocorrerá a votação. Sem um processo claro, Ali sugere que haverá brechas para fraude nos 209 votos.
A Fifa também rejeitou seu pedido para que as urnas usadas no processo sejam transparentes, depois que alguns eleitores indicaram que, em maio de 2015, eram orientados a fotografar suas cédulas para que provassem aos candidatos que haviam dado seu apoio.

O voto ocorre em Zurique, numa eleição considerada pelos candidatos como “fundamental” para o futuro da Fifa e num dos processos mais disputados da história da entidade.
O jordaniano é um dos cinco candidatos e, em maio de 2015, chegou a ter mais de 70 votos na eleição vencida na época por Joseph Blatter.
Segundo Ali, o recurso foi apresentado diante da “recusa da Fifa em aceitar um processo acelerado” para avaliar sua proposta. Os advogados do jordaniano, Francis Szpiner e Renaud Semerdjian, insistem que “apenas uma urna transparente permitiria provar que cada voto possa ser realizado de forma correta e que não houve voto forçado”. “Ela impediria que os eleitores fotografassem suas cédulas para provar que eles seguiram uma ordem de voto”, disseram.
Na agenda da Fifa está a aprovação de uma ampla reforma, na esperança de convencer a polícia e as autoridades judiciais de que a entidade foi vítima de corruptos e que não é uma organização criminosa.
Mas o Comitê que faz a gestão do processo eleitoral garante que não existe a necessidade de que as urnas sejam transparentes. Cada um dos 209 eleitores das federações nacionais será obrigado a entrar em uma cabine para colocar seu voto. Mas não poderão entrar com celulares e câmeras de foto.
Ali levou o caso ao Tribunal Arbitral dos Esportes e fez questão de enviar para Zurique urnas transparentes, caso a Fifa autorize seu uso. O jordaniano tem o apoio de Jimmy Carter, ex-presidente dos EUA e de políticos de outras partes do mundo. Mas conta com poucos votos dos dirigentes esportivos.
Operação na Suíça prende dirigentes da Fifa
Operação deflagrada pela Justiça dos Estados Unidos, em colaboração com autoridades suíças, prendeu dirigentes ligados à Fifa na madrugada de 27 de maio, desencadeando uma crise sem precedentes na entidade.
Fonte: Estadão