22/06/13 – A Polícia Federal no Amazonas vai investigar a entrada ilegal e a comercialização de cimento clandestino na capital e no Interior do Estado.

A denúncia, feita esta semana, na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), com base em um dossiê, pelos presidentes das Comissões de Defesa do Consumidor – deputado Marcos Rotta (PMDB) – e de Geodiversidade, deputado Sinésio Campos (PT), chamou a atenção da PM-AM.

De acordo com o dossiê, grandes carregamentos de cimento não tributado, de várias partes do mundo, entram no Amazonas  ilegalmente, seja por meio da BR-174 (Manaus-Boa Vista) ou pelo município de Tabatinga, que faz fronteira com Peru e Colômbia, gerando prejuízo ao erário estadual.

Ainda segundo o dossiê, o produto não tem procedência e não atende às normas específicas exigidas pelo mercado brasileiro da construção civil. A origem da matéria-prima também é desconhecida, fato que pode comprometer a qualidade das edificações das obras, tanto privadas quanto públicas, no Estado.

Conforme o levantamento, parte do cimento, que vem de Portugal, Trinidad e Tobago, México, entre outros países,  desembarca no mercado local de forma avulsa, a granel, no entanto, é comercializado como se fosse produzido na Zona Franca de Manaus (ZFM), e, como demora para chegar aqui, já é vendido com  o prazo de validade vencido.

O dossiê foi entregue ao superintendente da Polícia Federal (PF) no Amazonas, delegado Sérgio Fontes, em reunião, na última quinta-feira (19). Fontes informou que já há uma investigação em curso e que, em breve, será deflagrada uma megaoperação, com o apoio técnico do Sindicato das Indústrias da Construção Civil no Amazonas (Sinduscon-AM) e do Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem-AM), para desmantelar a ‘máfia’ do cimento no Estado.

Recentemente, em uma operação conjunta, a PF-AM e a Receita Federal apreenderam 7 mil sacas de cimento peruano e boliviano em Tabatinga, fruto de contrabando.